Está em cartaz no Espaço Itaú o filme “Janis: Little Girl Blue”, documentário sobre a cantora norte-americana Janis Joplin dirigido por Amy Berg (de “Livrai-nos do Mal”, indicado ao Oscar de melhor documentário em 2007).
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O filme segue a cartilha do gênero. Ainda não havia, no entanto, um grande documentário sobre Janis que investigasse a vida da cantora e fosse além de fragmentos de entrevistas e aparições nos festivais de Monterey e em Woodstock – como faz “Janis”, de Howard Alk, lançado 1974 inteiramente com imagens de arquivo.
Elas reaparecem em “Little Girl Blue”, naturalmente – e as performances explosivas de Janis têm um papel importante no ritmo do filme. Mas são complementadas por outras inéditas (incluindo registros do famoso documentarista D.A. Pennebaker feitos para “Monterey Pop”, de 1968), por entrevistas atuais e pela recuperação de cartas escritas pela própria cantora.
Amy Berg levou sete anos para reunir o material. Ora lançando mão das palavras de Janis, ora usando depoimentos de quem a conheceu de perto, a diretora busca retratar a artista a partir de um olhar íntimo, revelador a respeito de suas escolhas artísticas e pessoais.
O documentário investiga as tensões que, conforme sugere a narrativa, impeliram Janis em direção à música: uma visão de mundo desafiadora em relação ao modo de vida dos pais na conservadora cidade de Port Arthur, no Texas; a rejeição ao racismo, que era explícito e ativo em sua comunidade; uma postura e imagem em desacordo com o ideal de mulher vigente em sua época; o interesse pela arte; a ousadia de fazer música em ambientes predominantemente masculinos.
Janis no Rio
Parte do documentário “Janis: Little Girl Blue” fala da passagem de Janis Joplin pelo Rio de Janeiro durante o carnaval de 1970. A viagem era para ser uma espécie de reabilitação para a cantora, que queria ficar longe das drogas. Foi quando ela conheceu David Niehaus, um viajante norte-americano que se tornou seu namorado e companheiro de viagem no Brasil (eles também fizeram uma breve passagem por Salvador). De volta aos Estados Unidos, Niehaus acabou se afastando de Janis quando ela voltou a usar heroína.
A artista foge de tudo isso ao se mudar para San Francisco, na Califórnia, ainda na primeira metade dos anos 1960, depois de uma passagem traumática pela universidade em Austin. É lá que a artista, enfim, consegue pertencer. Mas é também o período em que enfrenta seus primeiros problemas graves com drogas.
Amy aborda os problemas de Janis com inteligência. As cartas e filmagens reunidas no documentário dizem muito sobre a fragilidade que convivia com a personalidade corajosa e ambiciosa da cantora. Mesmo depois de ganhar reconhecimento artístico, a busca pela aprovação dos pais, por exemplo, continuava presente nas cartas que ela mandava para a família – no documentário, lidas por Chan Marshall (a cantora Cat Power). Ou dos colegas de escola: já uma “estrela” (status que a artista questiona com lucidez em uma das cartas), ela foi à reunião de dez anos de sua turma do ensino médio – a mesma turma que a rejeitara de forma brutal durante sua adolescência. “Janis: Little Girl Blue” mostra que a força da artista, tão evidente em sua voz expressiva e suas performances poderosas, convivia com carência, instabilidade e incapacidade de lidar com as pressões e a solidão da carreira musical. Janis morreu em um quarto de hotel em outubro de 1970, aos 27 anos, por overdose de heroína.
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