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Cena de “Rumo à Outra Margem”, de Kyioshi Kurosawa. | Divulgação
Cena de “Rumo à Outra Margem”, de Kyioshi Kurosawa.| Foto: Divulgação

Quando realizou “Cure” em 1997, o diretor Kiyoshi Kurosawa foi um dos responsáveis por aumentar o prestígio dos filmes de horror e mistério no cinema japonês.

“Rumo à Outra Margem”, seu novo filme – que deu início nesta terça-feira (15) às sessões do Festival de Cinema Nova York (NYFF) – é mais uma incursão do diretor em temas surpreendentes, desta vez abordando a questão do espiritismo.

Baseado no livro de Kazumi Yumoto e roteirizado por Kurosawa e por Takashi Ujita, o filme é uma espécie de viagem transcendental bem ao estilo do diretor.

Mizuki, uma dona de casa, está tranquilamente preparando seu jantar, quando seu marido, retorna. A reação da mulher reflete uma clara estupefação, tendo em vista que ele já havia morrido. Mas apesar da insólita cena, a mulher parece muito mais inquieta, não porque ele retornou, mas pela demora com que isso aconteceu.

Tadanobu Asano e Eri Fukatsu interpretam o casal. Divulgação

Para entendimento total da mensagem, os espectadores precisam ter a mente aberta para mergulhar no filme e ficar atentos à narração com diálogos muito semelhantes, mas com novos e diferentes sentidos em cada situação.

Kurosawa, que ganhou o prêmio da Mostra Un Certain Regard em Cannes, diz que procurou ser fiel ao livro de Yumoto, mas houve necessidade de algumas mudanças na transposição para as telas.

“A cena, por exemplo, em que a garota morta volta para perdoar a irmã não existe no livro. É uma criação minha, da qual eu precisava para aprofundar os personagens e agir no inconsciente do público”, conta o diretor ressaltando que adaptar não significa necessariamente se prender à letra de um livro.

“É importante também desenvolver e reinterpretar sua gramática”, afirma.

O diretor reconhece que seu filme não se assemelha a histórias sobre fantasmas que estamos acostumados a ver.

“A ideia foi mesmo fugir um pouco do gênero. Fantasmas são tradicionais em filmes japoneses de época. Eu queria abordar o assunto numa produção contemporânea, mas sem provocar muitos sustos”, conta.

Kurosawa está de volta ao NYFF, onde apresentou Tokyo Sonata (2008), comédia dramática sobre o desemprego e Real (2013), um filme difícil de classificar, misto de ficção científica, drama e terror.

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