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Carlos Imperial, produtor musical e apresentador, ficou famoso por descobrir talentos, compor sucessos e inventar histórias para se autopromover. | Divulgação
Carlos Imperial, produtor musical e apresentador, ficou famoso por descobrir talentos, compor sucessos e inventar histórias para se autopromover.| Foto: Divulgação

Nunca, na história desse país, existiu alguém como Carlos Imperial. Tanto que é difícil defini-lo em uma única palavra. Produtor musical, ator, compositor, apresentador, vereador, dirigente de futebol. Irreverente, polêmico, mulherengo e mentiroso confesso. Várias facetas e um punhado de histórias fazem parte do documentário “Eu Sou Carlos Imperial”, em cartaz desde quinta-feira (27) em Curitiba.

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Para se ter uma ideia do que representou Carlos Imperial, basta dizer que ele foi o descobridor de artistas como Roberto e Erasmo Carlos, Toni Tornado, Tim Maia e Wilson Simonal. Escreveu canções que se tornaram grandes sucessos como “Vem Quente que Estou Fervendo”, “A Praça” e “Mamãe Passou Açúcar em Mim”. Também estrelou pornochanchadas na década de 1970 (era de ouro do gênero), comandou programas de televisão e foi eleito o vereador mais votado do Rio de Janeiro em 1982.

Carlos Imperial criou uma maneira de fazer sucesso que expôs as características mais fortes do brasileiro

Renato Terra diretor de “Eu Sou Carlos Imperial”.

Cientes de todo esse potencial, os diretores Ricardo Calil e Renato Terra decidiram realizar um documentário. A base foi o livro biográfico “Dez Nota Dez. Eu Sou Carlos Imperial”, de Denilson Monteiro. “Queríamos dirigir um filme que misturasse verdades e mentiras com um tom de galhofa. A história do Carlos Imperial parecia perfeita para isso. Mas, quando fizemos as entrevistas, descobrimos que o Imperial tinha uma personalidade inacreditável: intenso, cafajeste, mentiroso, mulherengo e muito inteligente”, conta Renato.

Carnaval

Carlos Imperial também foi figura ativa no Carnaval do Rio de Janeiro. Em 1970 iniciou a parceria com o carnavalesco Clóvis Bornay na Portela. Em 1984 comandou a divulgação das notas dos jurados para as escolas de samba , quando criou o bordão que é célebre até os dias de hoje: “dez, nota dez!”.

A mentira é parte fundamental na história de Imperial, que tinha o costume de inventar coisas para se autopromover. Um exemplo foi quando, durante o regime militar, mandou para algumas pessoas um cartão de Natal com uma foto dele sentado em uma privada. Foi preso por atentado à moral e os bons costumes, depois espalhou que havia sido torturado e levou um tiro no joelho. Pura enganação.

“As pessoas têm que vivenciar o mundo do Imperial. Essa foi nossa proposta. Fazer um filme que provocasse, que gerasse muitas gargalhadas, momentos constrangedores e outros emocionantes. Que fosse intenso, escrachado”, afirma o diretor sobre a proposta de imprimir o estilo de Imperial no documentário. “É um filme que mostra Carlos Imperial do jeito que ele era, com todas as suas qualidades e defeitos. Não fizemos um filme chapa branca”, garante.

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