A faceta de inventor do urbanista e arquiteto Jaime Lerner é o tema principal do documentário “Jaime Lerner: uma história de sonhos”, que estreia no próximo dia 8 em uma sessão especial em São Paulo.
O filme será exibido em Curitiba em uma sessão especial no Cinépolis do shopping Pátio Batel, no dia 14 de setembro.
O diretor Carlos Deiró acompanha os passos de Lerner com uma câmera na mão desde 1988, na famosa campanha “Coração Curitibano”. Em apenas 12 dias, Lerner venceu Mauricio Fruet, e ficou um período de 12 anos no poder – quatro como prefeito (1989-1992) e oito como governador do estado (1995-2002).
Neste período foram mais de 15 mil fitas com gravações de Lerner em situações e países diferentes. “Eu ficava sempre de olho em alguma coisa interessante dos bastidores.”
Ebulição
A ideia de transformar o material em um documentário é antiga. “Eu sempre tive vontade de fazer, mas ele não parava de fazer coisas. Ele sempre está em ebulição, é uma usina de ideias e eu adiava o filme a cada novo projeto dele. Há dois anos, porém, decidi que era hora deste material sair da prateleira”.
Deiró explica que o filme não é uma biografia, ainda que em um dos cinco blocos que compõem o documentário haja participação da família: os pais de Lerner e a esposa Fani (já falecidos) e os netos. “A pegada do filme são alguns sonhos dele que viraram realidade. Eu acho que ele veio com um chip a mais. E um visionário que consegue ver do outro lado da montanha”.
No dia do lançamento em São Paulo, Lerner vai conversar a plateia e os urbanistas Paulo Mendes da Rocha e Mauro Calliari. Haverá um concurso para estudantes de arquitetura para apresentar uma ideia simples para uma solução urbana para a cidade. A melhor ideia vai receber a mais recente criação de Lerner, a poltrona Duo.
Poderoso chefão
Paulo Mendes da Rocha, aliás é um dos entrevistados ao lado de nomes como Oscar Niemeyer, Millôr Fernandes e o diretor de cinema Francis Ford Coppola que veio a Curitiba em 2003 a convite de Lerner.
O filme é dividido em cinco blocos, cada um deles dedicado a um grupo de invenções de Lerner.
Há um capítulo sobre mobilidade com os registros do embarque em Paranaguá e transporte de um ligeirinho e uma estação tubo para Nova York em 1992. Outros falam da criação do programa de reciclagem “Lixo Que Não é Lixo”, da construção do Museu Oscar Niemeyer, das “ruas portáteis” para revitalizar áreas urbanas degradadas e do carrinho elétrico Dot Dot.
Segundo o diretor, o filme deve interessar o público em geral por conta da notoriedade do seu protagonista, “mas em especial estudantes de urbanismo e arquitetura, sociólogos e pessoas que pensem no futuro das cidades”.
Deiró, que também é produtor do filme, ainda está negociando a exibição comercial do filme em um dos cinemas de Curitiba “que tenha perfil para exibir documentário”. Depois, Deiró acha que o filme deve migrar para a tevê fechada.
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