A tonelada de filmes já feitos sobre a Segunda Guerra provocou a banalização do mal nazista a tal ponto que hoje somente o recurso de entrever o interior de um campo de extermínio, como em “O Filho de Saul”, pode nos impressionar ainda com o horror.
Para quem gosta de comparações, “Suíte Francesa” (em cartaz em Curitiba; confira sessões no Guia) é o exato oposto do potente drama húngaro.
A expressão “ambientado na Segunda Guerra” é adequada para descrever o uso que “Suíte Francesa” faz da história. A guerra e seu impacto trágico não passam de cenário, um pano de fundo para a trama do filme, centrada no envolvimento romântico entre uma jovem francesa casada e um garboso tenente alemão.
A adaptação baseada num romance de sucesso não só empobrece o original como trai sua essência.
No livro, composto de três partes, a autora narra a fuga, o cotidiano e os primeiros esforços da resistência. Sua visão mistura o papel de testemunha ao de protagonista e transmite, com um relato intensificado pela própria experiência, pequenas tragédias que constituem a história.
A versão cinematográfica dirigida pelo britânico Saul Dibb se concentra apenas na segunda parte, aparentemente romântica, do livro. O filme dilui a potência numa açucarada paixão proibida.
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