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Diretor italiano, acima. No alto, recriação de cartaz e pôster original do filme Por Uns Dólares a Mais. | Divulgação
Diretor italiano, acima. No alto, recriação de cartaz e pôster original do filme Por Uns Dólares a Mais.| Foto: Divulgação

No meio da década de 1960, o faroeste era um gênero obsoleto em Hollywood. Toda a mitologia do herói solitário, pistoleiros, xerifes, diligências e trens pagadores – um dos pilares do cinema norte-americano – estava mais gasta que as esporas de John Wayne.

Eis que, supreendentemente, o gênero é reinventado por uma geração de cineastas italianos liderada por Sérgio Leone (1929-1989). O diretor foi expoente maior deste cinema popular que alcançou reconhecimento internacional imediato e depois se tornou objeto de culto.

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A partir do próximo dia 23 de maio (sábado), a mostra Faroeste Al Dente reúne seis filmes autorais do diretor italiano. No formato blu-ray, serão apresentados na Cinemateca de Curitiba os três filmes da “trilogia dos dólares”, que criaram a identidade do faroeste à italiana e levaram Clint Eastwood e as trilhas sonoras de Ennio Morricone ao grande público.

Mia Cara

A mostra faz parte do festival Mia Cara Curitiba 2015, que celebra a cultura italiana entre os dias 23 a 31 de maio. O festival é realizado pela Embaixada da Itália no Brasil e Consulado da Itália em Curitiba, com produção do Solar do Rosário. A programação completa pode ser conferida no site do evento.

Além destes, também serão mostrados em tela grande o hoje cultuado Quando Explode A Vingança e as duas obras primas do artista: Era Uma Vez no Oeste e Era Uma Vez na América (este, o único do pacote que não é faroeste e se passa na em Nova York durante o século 20). Segundo o curador da mostra Antonio Cava, Leone foi um criador revolucionário ao romper com padrões antigos do cinema, como o maniqueísmo entre mocinhos e bandidos no faroeste. “Os protagonistas dele têm defeitos, são individualistas e corruptos”, observa Cava.

Leone era um “homem muito culto, apreciador de artes e em especial de cinema. Era também obsessivo e perfeccionista; encomendava toneladas de areia vermelha do Arizona para dar credibilidade a seu Oeste recriado nos cenários do estúdio da Cinecittá, em Roma,” diz o crítico. Para Cava, seus filmes são “sofisticados do ponto de vista estético dando atenção especial ao roteiro, diálogos e trilha sonora” sem prejuízo do grande apelo popular que conquistaram.

Ele ainda ressalta que a obra de Leone também tem características únicas e identificáveis como closes, flashbacks, estilização da violência, momentos de tensão e silêncio e atenção extrema à sincronia entre imagem e som. “Quando Leone apareceu já havia um lastro de produção cinematográfica mundial que ele conhecia muito bem. Ele a reciclou e amplificou estas referências em seus filmes de forma espetacular influenciando todo o cinema que surge em seguida”, afirma o curador.

Cartazes

A mostra será aberta com um debate no Museu Oscar Niemeyer entre o curador, o crítico de cinema Marden Machado e o cineasta Marcos Jorge, que conheceu Leone pessoalmente.

O evento terá ainda uma apresentação da Orquestra à Base de Corda de Curitiba, com direção do maestro João Egashira, apresentando canções das trilhas sonoras dos filmes do italiano.

Para completar, haverá na Cinemateca uma exposição com cartazes originais da época dos filmes, fotos de cena e três ilustrações inéditas assinados pelos artistas José Aguiar, Guilherme Caldas e André Ducci, com recriações de pôsteres dos filmes.

  • Cartaz de “Três Homens em Conflito”
  • Cartaz de “Por um Punhado de Dólares”
  • Cartaz de “Por uns Dólares a Mais”
  • Arte de Guilherme Caldas
  • Arte de Guilherme Caldas para “Era uma Vez no Oeste”
  • Eli Wallach em “Três Homens em Conflito”
  • Aldo Sambrell, Charles Bronson e Jason Robards em “Era uma Vez no Oeste”
  • Clint Eastwood em “Três Homens em Conflito”
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