O escritor George R.R. Martin, criador da saga “Game of Thrones”, foi ao cinema na noite de segunda-feira (20) ver “Homem-Formiga” e relatou ter amado o filme.
É o que ele escreve em um texto publicado em seu blog na terça (21), no qual tece uma crítica da adaptação cinematográfica do herói diminuto da Marvel. Ele conta que, no começo, se sentiu apreensivo quando o filme foi anunciado.
“Eles fariam a coisa direito, conseguiriam captar o original Homem-Formiga da primeira edição dos ‘Vingadores’, o personagem que sempre amei... Ou iriam estragar tudo?”, escreveu Martin, que diz ter ficado ainda mais apreensivo quando descobriu que a produção seria sobre o presidiário Scott Lang, não sobre Hank Pym, que cria o figurino capaz de encolher o personagem.
Martin abre o texto “confessando” que é um “antigo -muito antigo- fã da Marvel, desde criança” e que inclusive fez parte de uma associação de leitores de HQ da marca.
“‘Homem-Formiga’ era o maior exemplo de um cara subjugado, afinal, um cara pequeno em todos os sentidos que ele representava, com deuses e monstros com poderes que apequenavam os seus próprios trunfos. As formigas também eram legais, e o colocaram em um lugar definitivo na minha mente em relação ao seu rival na DC, o Atom.”
No meio de sua resenha, o escritor se diz “aliviado e encantado em relatar que eles [os responsáveis pelo filme] fizeram direito”. Elogia a atuação de Paul Rudd como o herói Scott Lang, “um simpático e comovente protagonista”, e de Michael Douglas como Hank Pym.
“Tem muito humor e ação nesse filme, e não é uma farsa, como eu temia. Há muita ação, não tanta a ponto de se sobrepor ao roteiro e aos personagens -o que foi meu problema com o último filme dos ‘Vingadores’-, argumentou ele. “Um filme de super-herói precisa de um equilíbrio justo entre porradas, socos e explosões, mas na minha humilde opinião essas coisas funcionam melhor quando acontecem com pessoas com quem conhecemos e nos importamos, e se você faz uma geleia com muitos personagens, não há tempo para desenvolver nenhum deles bem.”
E continuou, lembrando críticas que dizem que é o melhor filme da Marvel já feito. “Não diria isso, mas está quase lá, talvez em segundo lugar, perto do segundo ‘Homem-Aranha’ de Sam Raimi com Tobey McGuire.”
George R.R. Martin, porém, faz algumas ressalvas e aponta alguns aspectos negativos. “Onde estava a Vespa? Tivemos alguns momentos, e uma deixa para um novo filme. Mas eu queria mais Vespa.”
O escritor também se disse “cansado” das versões da Marvel para o cinema em que o vilão tem o mesmo poder que o herói. “O Hulk luta contra o Abominável, que é só uma versão má do Hulk. O Homem-Aranha briga com Venom, que é também só uma versão malvada do Homem-Aranha”, escreveu. “Quero mais filmes em que o herói e o vilão têm poderes brutalmente diferentes. Isso torna a ação muito mais interessante.”
“No geral, tive um momento bacana [no cinema]. Por algumas horas, tinha 13 anos de novo”, concluiu o autor de “Game of Thrones”. Leia a crítica original, em inglês, no blog de George R.R. Martin.
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