Don Cheadle interpreta o trompetista Miles Davis.| Foto: Divulgação

Três gigantes da história do jazz que levaram para a arte as turbulências de suas vidas pessoais, Miles Davis, Chet Baker e Nina Simone são personagens de cinebiografias que entram em cartaz nos Estados Unidos nas próximas semanas (nenhuma delas tem data de estreia no Brasil).

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Exibido com boa receptividade da crítica nos festivais de Nova York e Sundance, “Miles Ahead” marca a estreia na direção de longa-metragem do ator Don Cheadle (de “Hotel Ruanda”), que criou uma campanha de financiamento coletivo para realizar o filme no qual interpreta o trompetista Miles Davis (1926 – 1991).

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Com estreia prevista para 1.º de abril, “Miles Ahead” destaca um período específico de Davis, músico que revolucionou o jazz percorrendo do bepop ao fusion e gravou um dos mais importantes discos do gênero, “Kind of Blue” (1959).

Na segunda metade dos anos 1970, Davis afastou-se dos palcos e dos estúdios em razão da dependência de drogas. Amargou à época um romance turbulento e entrou em litígio com produtores para recuperar gravações suas. A caminhada do músico para dar a volta por cima é acompanhada por um jornalista da revista “Rolling Stone” (vivido por Ewan McGregor).

Outro brilhante trompetista, Chet Baker (1929 – 1988) é tema de “Born to Be Blue”, com estreia em 25 de março. Ethan Hawke está sendo elogiado por sua composição de Baker, virtuose que consagrou no instrumento – e também na sua interpretação vocal – a elegância e a postura “cool”. Baker cumpriu um calvário em razão do vício em drogas, sobretudo a heroína.

“Born to Be Blue” recorta a época, no final dos anos 1960, em que ele esteve preso na Itália por tráfico de drogas e foi convidado por um produtor de Hollywood para estrelar um filme sobre sua própria vida – recurso que lança flashbacks sobre momentos emblemáticos da carreira de Baker.

“Nina”

Homenageada do documentário indicado ao Oscar “What Happened, Miss Simone?” (2015), Nina Simone (1933 – 2003) ressurge na cinebiografia Nina, que estreia em 22 de abril. O foco da narrativa está no vulcânico relacionamento da pianista e cantora com seu empresário, Clifton Henderson (David Oyelowo, de Selma), que a faz avançar nas drogas e no álcool.

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Dirigido pela estreante Cynthia Mort, Nina virou alvo de polêmica por conta da escalação da atriz Zoe Saldana. Ao ter a pele morena escurecida pela maquiagem para ficar parecida com a cantora, Zoe foi criticada por, entre outros, Simone Kelly, filha da artista.

Em uma de suas manifestações, Simone citou atrizes como Viola Davis entre as mais adequadas para representar sua mãe e também protestou contra a importância que o roteiro dá à figura de Henderson.