Após quase três meses de temporada de prêmios, Hollywood acolhe neste domingo (28) o Oscar mais incerto dos últimos anos, no qual “O Regresso”, “Spotlight” e a “A Grande Aposta” têm as mesmas possibilidades de ganharem o prêmio de melhor filme do ano.
“O Regresso” concorre como o favorito da noite com 12 indicações e com a esperança de ser o trampolim para que seus protagonistas gravem em ouro seu nome na Meca do cinema.
Seu diretor, o mexicano Alejandro González Iñárritu, está a um passo de tornar-se o terceiro na história a ganhar duas estatuetas douradas consecutivas, seguindo o legado de John Ford e Joseph L. Mankiewicz.
Mas o que parece não haver dúvida é que Leonardo DiCaprio ganhará finalmente o primeiro Oscar de sua carreira, após quatro tentativas fracassadas e uma filmografia impressionante nas costas.
“A vitória de Leonardo DiCaprio não é nenhuma surpresa”, disse à AFP a blogueira do Indiewire Anne Thompson.
Seu papel principal neste drama sobre a conquista do oeste, que reflete sobre os instintos de sobrevivência e vingança do ser humano, entusiasmou os críticos e o fez ganhar o Globo de Ouro, o SAG e o BAFTA.
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Leia a matéria completaDiCaprio entregou-se totalmente na campanha de prêmios e repetiu uma e outra vez que “O Regresso” é, de longe, o filme mais difícil que já fez: filmou em um frio extremo, sofreu contusões, carregou pesadas peles e até comeu fígado cru de um bisão.
O filme também pode coroar o mexicano Emmanuel Lubezki como Melhor Diretor de Fotografia da indústria, se somar seu terceiro triunfo após “Birdman” e “Gravidade”.
”A Grande Aposta” chega com a vantagem de ter ganhado o prêmio do sindicato de produtores (PGA), chave para aumentar as possibilidades de receber o Oscar.
Mas seu diretor, Adam McKay, e seu ator coadjuvante Christian Bale - também indicado à grande festa do cinema americano - não receberam nenhum prêmio.
O filme recorda, em um tom tragicômico, como um grupo de banqueiros de Wall Street enriqueceram após detectar que a economia mundial colapsaria em 2008.
“Spotlight” não ganhou nada relevante, mas conta com o apoio da crítica desde o dia de sua estreia. O filme reconstrói a investigação que o jornal The Boston Globe realizou para denunciar os abusos sexuais de milhares de sacerdotes.
Rachel McAdamas e Mark Ruffalo competem por seus papéis secundários, assim como Tom McCarthy por sua direção.
“Ponte dos Espiões”, “Brooklyn”, “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Perdido em Marte” e “O quarto de Jack” também concorrem ao Oscar de Melhor Filme.
Brie Larson tem todas as chances de ganhar Melhor Atriz do ano precisamente por “O quarto de Jack”, o drama com o qual foi conhecida por todo mundo interpretando uma mãe sequestrada junto a seu filho.
Hollywood se prepara, por outro lado, para viver um momento de cinema se Sylvester Stallone se impõe na categoria secundária por encarnar novamente Rocky Balboa em “Creed”.
O círculo se fecharia de forma mágica para o artista, porque há quase 40 anos foi indicado pela primeira - e última - vez graças ao personagem que o fez famoso.
Do lado feminino, a sueca Alicia Vikander e a britânica Kate Winslet disputam uma dura batalha por seus papéis em “A Garota Dinamarquesa” e “Steve Jobs”, respectivamente.
A primeira foi recompensada com o SAG - grande indicador de até onde se inclinam seus companheiros de profissão que votam no Oscar -, enquanto a segunda triunfou nos Globos de Ouro.
Colômbia busca a glóriaA Colômbia desembarca com toda a ilusão de fazer história e ganhar seu primeiro Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira por “O Abraço da Serpente”, uma viagem ao passado para homenagear as tribos da Amazônia.
Seu diretor, Ciro Guerra, fez uma grande campanha para divulgá-lo em Hollywood, mas antes há o filme húngaro “O filho de Saul”, o grande favorito.
A América Latina também estará representada por “História de um Urso”, um curta-metragem animado do chileno Gabriel Osorio.
Da Espanha, chega Paco Delgado, que busca seu primeiro prêmio pelo figurino de “A Garota Dinamarquesa”, após sua indicação em 2013 por “Os Miseráveis”.
A 88.ª cerimônia do Oscar começará às 23h (horário de Brasília) no coração de Hollywood, depois de mais de três horas de tapete vermelho. No Brasil, a transmissão do prêmio será pela TNT.
Todo mundo espera que Chris Rock, que volta a apresentar os prêmios onze anos depois, comente sobre a falta de diversidade entre os indicados.
Deve-se esperar mais três dias para ver se serão cumpridas as ameaças de boicote de alguns convidados.
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