Ninguém gosta tanto de destruir a Terra quanto Roland Emmerich. O diretor alemão radicado nos Estados Unidos é o maior expoente do cinema catástrofe desde a década de 1990, quando fez alienígenas explodirem a Casa Branca em “Independence Day”. Desde então, usou os mais variados expedientes para detonar o planeta: um monstro mutante em “Godzilla”, o aquecimento global em “O Dia Depois de Amanhã” e até uma profecia maia em “2012”. Até que decidiu chamar os alienígenas de volta e redobrar o estrago com “Independence Day: o Ressurgimento”, que estreia esta semana nos cinemas.
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São exatos 20 anos que separam o primeiro filme, recordista de bilheteria em 1996, da nova produção. Nessas duas décadas, muita coisa aconteceu, tanto na vida real como no universo dos personagens. Na ficção, tempo suficiente para líderes mundiais se unirem como nunca, personagens nascerem e morrerem, enquanto os ETs se reorganizam. Na vida real, o necessário para Emmerich ter à disposição tecnologias capazes de tornar seu plano de acabar com o mundo (ou quase) ainda mais espalhafatoso.
À exceção de Will Smith, cujo personagem Steven Hiller morreu em algum ponto dessas duas décadas, os protagonistas de “Independence Day” reaparecem no segundo filme. O presidente Whitmore, de Bill Pullman, está mentalmente abalado e exibindo uma vistosa barba branca. O engenheiro David Levinson (Jeff Goldblum) é homem de confiança do governo americano e o cientista Brackish Okun (Brent Spiner) está em coma. A eles soma-se a nova geração, toda interligada à anterior. Jake (Liam Hemsworth) é um piloto bad boy noivo de Patricia (Maika Monroe), filha de Whitmore, e rival de Dylan, filho de Hiller.
Parece confuso, mas todos sabem que, no fim das contas, toda essa gente vai se unir em torno de um objetivo bem simples: combater uma nova invasão alienígena, maior e mais devastadora. A nave que chega à Terra, para se ter uma ideia, tem a dimensão do Oceano Atlântico. E, nos 20 anos que se passaram, os extraterrestres conseguiram desenvolver mecanismos ainda mais poderosos de ataque e proteção. Ou seja, se não foi fácil derrotá-los da primeira vez, agora a batalha será ainda mais dramática.
Absurdo divertido
Para quem tem dúvida entre ver ou não “Independence Day: o Ressurgimento”, a recomendação é muito simples. Se você gostou do primeiro, vá. Mas se quer um cinema com um mínimo de seriedade e coerência, esqueça. Roland Emmerich consegue criar uma sequência de absurdos tão grande, mas tão grande, que torna a coisa toda divertida. Com o auxílio do 3D e dos efeitos de computação inacessíveis em 96, chega uma altura em que pouco importa se o que está acontecendo faz qualquer sentido.
Em se tratando de Emmerich, não é nenhuma surpresa. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o diretor deixa bem claro que sempre quis levar para as telas “coisas impossíveis”. “Eu preciso ter as imagens na minha cabeça. Começo a imaginar uma nave espacial que flutua, então ela precisa ter pernas, e quando uma perna é maior que uma cidade inteira, isso se torna um objeto fascinante. Sempre fui fascinado pela grandeza, por coisas impossíveis que você não vai encontrar em nenhum filme”.
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