Algumas coisas são difíceis de compreender no mercado cinematográfico brasileiro. “Ex-Machina – Instinto Artificial” é um dos grandes filmes de 2015, tanto que está entre os indicados ao Oscar deste ano, concorrendo nas categorias roteiro original e efeitos especiais (o que ainda é pouco, na minha modesta opinião, ). Estranhamente, a produção não foi lançada nos cinemas, saindo diretamente em DVD.
No último fim de semana “Ex-Machina” estreou na TV a cabo, passando a ser exibido pelo canal Telecine. Quem tiver a oportunidade de vê-lo não deve perder. É daqueles filmes que, além de envolver o espectador do começo ao fim, rende boas discussões depois de ser visto.
Quarta (24), às 22h, e quinta (25), às 17h30 no Telecine Pipoca. Sexta (26), à 0h05, e domingo (28), às 3h30 no Telecine Premium. Disponível também em DVD e Blu-ray.
Para apreciar o filme do diretor estreante Alex Garland (roteirista de “Dredd” e “Sunshine –Alerta Solar”), o melhor é assisti-lo com o mínimo de informação possível sobre a história. O que posso adiantar é que todo o filme se resume em três personagens. Caleb (Domhnall Gleeson) é um programador de informática que vence um sorteio da empresa na qual trabalha. O prêmio é passar uma semana com seu chefe, Nathan (Oscar Isaac), isolado em uma casa no campo.
Nathan é o fundador do maior site de buscas da internet e sua casa, na verdade, é um centro de pesquisas. O objeto da pesquisa é Ava (Alicia Vikander), um experimento de inteligência artificial na forma de uma mulher. A função de Caleb durante sua estadia será interagir com Ava e avaliar seu grau de “humanidade”.
Oscar
Alicia Vikander foi indicada ao Globo de Ouro de atriz coadjuvante por “Ex-Machina”. Ela concorre ao Oscar na mesma categoria, mas pelo papel em “A Garota Dinamarquesa”.
Da mesma forma que Caleb é testado por seu empregador, “Ex-Machina” desafia o espectador. A sensação constante é de que há muita informação e ela vai entregue aos poucos. E, ainda assim, o diretor não fornece respostas fáceis. São poucos personagens, mas cada um tem algo a ser desvendado.
Há uma série de referências em “Ex-Machina”, desde clássicos da ficção científica como “Blade Runner” e “O Exterminador do Futuro”, a produções mais recentes como “Ela”. A maior das referências, contudo, não vem do cinema, mas da própria condição humana. É da nossa relação com a tecnologia e, principalmente, com os próprios seres humanos, que o diretor Alex Garland extrai o melhor de seu filme: o poder de questionamento.
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Assista ao trailer:
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