Fazer um filme de terror “baseado em uma história real” já é, por si só, uma bela jogada de marketing. Além de assustar o público (o mínimo que se espera de uma produção do gênero), faz o espectador sair do cinema com aquela pergunta na cabeça: “mas será que aconteceu mesmo?”, o que pode até render uma noite mal dormida. Em 2013, “Invocação do Mal” apostou na fórmula e tirou a sorte grande: arrebentou nas bilheterias e ganhou elogios entusiasmados da crítica, que viu ali um dos filmes mais assustadores dos últimos anos.
Para chegar lá, o diretor James Wan adaptou um episódio que ficou famoso nos Estados Unidos em 1971, ocorrido na pequena cidade de Harrisville. Ao se mudar para a casa nova, uma família passa a ser assombrada por espíritos malignos e contrata então o casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren (interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga). Uma das razões para o sucesso do filme foi o tratamento realista, que garantia um volume expressivo de tensão e alguns bons sustos.
Como em Hollywood dinheiro faz mais dinheiro, uma continuação era inevitável. Para isso, bastou encontrar mais um caso investigado pelo casal de demonologistas, que durante décadas foram autoridades no trato de fenômenos sobrenaturais. Assim, o trio James Wan, Patrick Wilson e Vera Farmiga está de novo nas telas com “Invocação do Mal 2”, que retrata o “Poltergeist de Einfeld”, ocorrido em 1977 na Inglaterra.
Exorcista genérico
O cenário foi a casa onde Peggy Hogdson vivia com os quatro filhos. Um dia, a filha adolescente Janet começa a agir como se estivesse possuída e móveis começam a ser arrastados sozinhos. Com a ajuda de um investigador paranormal, descobrem que o responsável é o espírito do antigo proprietário da casa. Quando a coisa começa a engrossar, com objetos arremessados, atos violentos e ameaças de morte, Ed e Lorraine são chamados para ajudar.
Entre o que aconteceu na vida real e o que aparece nas telas, há uma diferença significativa. A começar pelo fato de o casal Warren ter sido apenas um entre vários investigadores que tentaram decifrar o caso. Já o filme, para dar uma engrossada no roteiro, mistura supostos dramas pessoais do casal com o episódio da família Hogdson.
Como em todo episódio paranormal, há especialistas que consideram o ocorrido uma fraude, já que em um especial de TV na década de 1980, a própria Janet Hogdson admitiu que simulou alguns eventos. “Para as pessoas que viveram foi real”, rebate o ator Patrick Wilson em um vídeo promocional da Warner Brothers.
Em relação ao primeiro “Invocação do Mal”, o novo filme substitui o tratamento mais sóbrio, que ajudava a torná-lo mais assustador, por algumas doses desnecessárias de drama e efeitos especiais. O que não deve ser problema para os mais sensíveis.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura