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“Kung Fu Panda 3” investe no lado espiritual e mostra crise existencial do protagonista. | Divulgação
“Kung Fu Panda 3” investe no lado espiritual e mostra crise existencial do protagonista.| Foto: Divulgação

Em seu terceiro filme, Po, o panda que luta kung fu, precisa enfrentar sua crise de identidade. Não bastasse ser filho de um ganso, o que ele nunca entendeu muito bem, o animal gorducho e desajeitado é confrontado com a missão de assumir o cargo de mestre. Isso implica não só salvar seu mundo, mas ensinar o kung fu, algo que ele não se vê fazendo.

Para as crianças, talvez ”Kung Fu Panda 3” comece um tanto assustador, já que é situado num mundo dos espíritos pintado em tons de verde fosforescente. Ali se dá o embate sobrenatural entre o mestre Oogway e seu antigo parceiro Kai. Esse último mete medo de verdade: um touro gigante cujos olhos flamejam e que anda por aí arrastando correntes e navalhas. A coisa fica preta do lado de lá, e o monstro vai à China procurar Po para aprisionar seu espírito e ficar ainda mais forte.

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Nesse ínterim, o fofucho está lá, às voltas com seu drama pessoal. Em sua busca existencial, Po será ajudado pelo pai biológico, um panda ainda mais barrigudo, que aparece na aldeia para levá-lo embora. Esse encontro traz o grande acréscimo cômico do filme, já que o progenitor é tão desengonçado quanto o filho.

Numa montanha secreta, o clã de Po mantém hábitos desconhecidos ao rapaz, como rolar ladeira abaixo e comer com as mãos. E é lá que Po descobre mais de si mesmo e encontra um jeito de derrotar Kai.

Tudo isso se desenrola sem que o protagonista abandone sua boa alma e jeito de criança – um destaque é a cena em que ele recorre a um banho de espuma repleto de brinquedinhos para se consolar depois de um dia ruim.

Apesar de manter a unidade com os dois primeiros filmes, o diferencial dessa terceira parte da série é a forte investida no lado espiritual do kung fu. Na trama, a aldeia de pandas da família de Po perdeu a capacidade doar a bondade – e ele será responsável por reintroduzir a prática, mesmo com seu jeito amigão-trapalhão.

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