Giulio Ricciarelli é italiano, como o próprio nome denuncia. Mas adotou a Alemanha, onde se estabeleceu como ator e dirigiu seu primeiro filme, “Labirinto de Mentiras”, que estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas brasileiros. A despeito do sobrenome, é evidente que caberia a um alemão contar a história retratada no filme: as consequências do Holocausto para quem viveu no país, ainda que não tenha apoiado o regime nazista.
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A narrativa tem início em 1958, 13 anos após o término da Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler está morto, sua ditadura caiu, a ordem é deixar para trás o que passou e tocar a vida. Mas como viver tranquilamente quando se encontra um ex-oficial nazista dando aula para crianças pequenas em um colégio?
Para as autoridades em geral, o melhor é fechar os olhos e ignorar. Afinal, já passou. Não para o jovem procurador Johann Radmann (Alexander Fehling), que recebe a denúncia e decide investigar o assunto, mesmo com a resistência oficial. Sua trajetória é inspirada na história real de Fritz Bauer, o homem que levou ex-oficiais nazistas para a prisão em 1963.
Um dos problemas de “Labirinto de Mentiras” é usar de uma narrativa maniqueísta. Inexperiente e idealista, o procurador encontra amparo apenas em um de seus superiores, enquanto os demais são tratados como fantoches do governo. É a luta do “bem contra o mal”, quando se trata de algo bem mais complexo.
O segundo fator que prejudica a produção alemã é o abuso da linguagem hollywoodiana: personagens rasos, diálogos e cenas clichê acabam tomando o lugar de uma narrativa mais sóbria. De qualquer maneira, ainda que romantizada, é interessante ver a história recontada sob um novo prisma.
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