O visitante que chega ao apartamento de Marden Machado nem precisa ser apresentado para perceber que está na casa de um cinéfilo.
Assim que a porta é aberta, damos de cara com uma prateleira de filmes em DVD e Blu-ray. “Tem mais de 3 mil aí. É filme pra burro”, diz.
Livro busca reproduzir relação “caótica” das pessoas com os filmes
Veja alguns trechos das críticas
Leia a matéria completaDe fato, é bastante coisa, mas pouco comparado ao acervo guardado na memória daquele que é uma das referências na crítica de cinema em Curitiba.
Marden tem 52 anos, sendo 32 deles escrevendo sobre cinema. Uma atividade que começou aos 20 na cidade natal, Teresina (PI), após um amigo jornalista desafiá-lo a escrever um texto sobre “O Império Contra-Ataca” (1980), o segundo filme da cinessérie “Star Wars”.
Desse primeiro texto nasceu uma carreira que inclui resenhas e colunas para jornais, participações em programas de rádio e um blog que há mais de cinco anos é atualizado diariamente.
86
“Blade Runner”, de Ridley Scott, é o filme mais visto por Marden: 86 vezes. Tamanho é o conhecimento dele sobre a produção que, certa vez, foi assistir a uma palestra sobre o filme e acabou tomando o lugar do palestrante.
Parte dessa produção está no segundo volume do livro “Cinemarden – um guia (possível) de filmes”, que será lançado neste sábado (12).
A relação desse piauiense com o cinema começou bem antes, quando ainda era criança e foi estimulado pelos pais – um roteiro parecido com o de vários cinéfilos.
“Nós éramos três irmãos e meu pai não tinha com quem deixar a gente para ir ao cinema com minha mãe. Então ele levava a gente junto”, diz Marden, cuja primeira memória de uma sala de exibição é de quando tinha 4 anos, numa sessão de “O Fantástico Doutor Dolittle”. Não aquele com o Eddie Murphy, mas o de 1967, estrelado por Rex Harrison.
Marden Machado. Arte & Letra, R$35. Lançamento na Livraria Arte & Letra (Al. Presidente Taunay, 130), (41) 3223-5302. Sábado (12), às 16h. De cada livro vendido no evento, R$ 5 serão destinados ao Centro Educacional João Paulo II.
Foi nas duas únicas salas de cinema de Teresina à época e em um cineclube da escola que Marden obteve grande parte de sua educação cinematográfica.
A mudança para Curitiba veio em 1992, já com a mulher e os três filhos. E adivinhe qual foi uma das motivações para respirar novos ares? “A carência de cinemas em Teresina”, diz.
Para quem passou a vida inteira vendo filmes, nem foi necessário perguntar qual é seu preferido.
Ele faz a revelação por conta própria ao comentar a camiseta usada para receber a reportagem da Gazeta: “A Felicidade Não se Compra”, clássico de 1947 dirigido por Frank Capra.
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