“Teremos Ewoks no filme?”, pergunta um jornalista ao diretor J.J. Abrams. “Vivos? Não, não há Ewoks no filme”, brinca o cineasta para a gargalhada de cerca de 60 membros da imprensa mundial presentes nas primeiras entrevistas de “Star Wars: Episódio 7 - O Despertar da Força”, novo capítulo da saga espacial criada por George Lucas que estreia no Brasil no próximo dia 17.
Tanto a pergunta quanto a resposta são frívolas. E definem o clima da divulgação do que promete ser um dos maiores fenômenos de bilheteria da história do cinema. As entrevistas -mediadas pela comediante Mindy Kaling- foram conduzidas em uma locação que precisava ser mantida em segredo (o gigantesco Centro de Convenções de Los Angeles) e tomou forma no meio de sorvetes, robozinhos, camisas, estantes de brinquedos, games. Uma imensa boutique temática de “Star Wars”.
Além disso, a Disney decidiu não exibir o longa para imprensa, premiações de sindicatos e círculos da crítica -prejudicando alguma possível campanha para o Oscar 2016. “Descobri trabalhando no longa como a Lucasfilm possui uma relação forte com os fãs e havia discussões sobre como manter a surpresa para o público. A Disney, então, me chocou dizendo que não queria mostrar”, comenta Abrams sobre a decisão.
“Gostei disso, porque há trailers que basicamente resumem o filme inteiro em dois minutos. O estúdio quis manter segredo. E aprecio o fato de vocês terem vindo aqui, mas, quando falar com seus leitores após assistir ao longa, guardem o segredo.”
Abrams nem precisava do apelo. Pouco se sabe sobre a trama de “O Despertar da Força”, primeiro episódio de uma nova trilogia que será assumida por dois novos diretores, Rian Johnson (“Looper”) e Colin Trevorrow (“Jurassic World”), em 2017 e 2019, respectivamente. Para começar, o longa se passa 30 anos depois da vitória da Rebelião contra o Império em “O Retorno de Jedi” (1983).
Cavaleiros Jedi, a Força e sabres de luz não passam de lendas. Rey (Daisy Ridley) vive como uma catadora de sucata espacial no planeta desértico Jakku quando se envolve com Finn (John Boyega), um desertor das tropas da Primeira Ordem, novo nome do que restou do Império. Os dois encontram Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew) e ganham um papel vital na Resistência, força rebelde liderada pela General Leia (Carrie Fisher).
Um dos poucos detalhes revelados durante as entrevistas realizadas neste domingo (6) iluminou o vilão Kylo Ren (Adam Driver), visto nos trailers empunhando um sabre de luz vermelho e adorando o que restou do capacete de Darth Vader. “Nunca houve um personagem como Kylo na saga”, diz Lawrence Kasdan, roteirista de “O Império Contra-Ataca” (1980) e chamado pessoalmente por Abrams para coescrever “O Despertar da Força”. “Ele não tem nada sobre controle. Quando você o encontra, percebe que há um conflito nele que qualquer pessoa pode possuir.”
Driver concorda e diz que não colocou sobre os ombros a pressão de assumir tal iconografia em “Star Wars”. “Tentei evitar pensar nele como sendo mau ou um vilão. Ele é algo mais tridimensional, mais perigoso e imprevisível. Ele acha que seus atos são moralmente justificáveis”, conta o ator.
Abrams confessa que o dia mais assustador desde que assumiu a missão de recriar “Star Wars” foi quando Harrison Ford quebrou o tornozelo nas filmagens, mas que a pressão era enorme. “Era uma presença constante. Toda decisão que tomava tinha repercussão”, conta ele. “Mas não tivemos a sensação de medo”, completa Kasdan. “Desde que começamos a escrever, decidimos que não seguiríamos regras, respeitando a mitologia e nos divertindo criando aquelas cenas.”
Ford, que não esconde de ninguém que Han Solo é um trabalho (“Com exceção de Harrison, todo mundo estava verdadeiramente apaixonado no set”, brinca o diretor), estava mais à vontade na entrevista. “É o que gosto de fazer e o que me diverte. E era a chance de trabalhar com pessoas que admiro. Me pareceu uma boa ideia”, revela o astro. “Ser chamado para fazer parte disso é gratificante. Principalmente porque há uma história interessante para o personagem. ‘Star Wars’ é um grande cassino e não artesanato. Foi divertido voltar a brincar com esses brinquedos novamente.”
Já Fisher se define como o “início do empoderamento feminino” na saga e diz que se divertiu na trilogia original em um set basicamente masculino. “Bebemos durante a trilogia inteira. O novo filme teve um set mais sóbrio”, diverte-se a atriz, só perdendo em entusiasmo para John Boyega. “Me perguntei se Abrams tinha escrito esse personagem especificamente para mim, um fã antigo: eu visto um uniforme de stormtrooper e um casaco dos Rebeldes, uso um sabre de luz e uma pistola blaster e ando com Han Solo e Chewie”, exclama o ator inglês, primeiro grande protagonista negro da saga.
“Esse é um filme sobre seres humanos, sobre Wookies e naves espaciais. Tem uma mensagem de coragem, amizade e lealdade”, diz ele. “Não dou a mínima para esse lance de stormtrooper negro.”
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião