O diretor Noah Baumbach conheceu a atriz Greta Gerwig nas filmagens de “O Solteirão” (2010), sobre um sujeito de 40 anos sem responsabilidades e perdido na vida. Nos cinco anos seguintes, os dois se tornaram um casal e fizeram dois filmes juntos, escrevendo os roteiros a quatro mãos.
O primeiro, “Frances Ha” (2012), está em cartaz na Netflix. O segundo, “Mistress America”, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (19).
Quando trabalham juntos, Baumbach e Gerwig se dedicam a falar sobre as agruras e alegrias da geração que hoje está circulando pelos 30 anos. Para ser mais específico, sobre mulheres solteiras que buscam meios de se estabelecer na vida, tanto numa profissão quanto em relacionamentos (não só sensuais, mas também de amizade e de família).
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Quando está sem Gerwig, Baumbach revira os problemas da geração dele, hoje na faixa dos 40 anos.
Leia a matéria completaBrooke, a protagonista de Gerwig em “Mistress America”, lembra bastante a Frances (e também a Lola de “Lola Versus” e a Hannah de “Hannah Sobe as Escadas”, todas vividas pela mesma atriz). A essa altura, é fato que Greta Gerwig faz sempre o mesmo papel, mudando de nome e de profissão de um filme para outro.
Mas isso não é problema. Pense em Charles Chaplin.
Fazer sempre o mesmo personagem pode ser o objetivo dela, criando um conjunto de obras que fazem rir ao mesmo tempo em que fala dessa geração que sofre ao sair de casa porque ganhar a vida está cada vez mais difícil.
Brooke é hiperativa, animada, da pá virada e sonha em abrir um restaurante, embora seus interesses pareçam infinitos. A história se desenha quando ela conhece Tracy (Lola Kirke), a garota retraída com ambições literárias que será sua meia-irmã – o pai de Brooke vai se casar com a mãe de Tracy.
Elas começam a conviver e logo passam a gostar da ideia de serem irmãs. O jeito extrovertido de uma influencia a vida da outra, que passa a escrever uma história inspirada em várias experiências compartilhadas pelas duas. É uma comédia de erros que deve um tanto ao Woody Allen (“Desconstruindo Harry”), seja por se passar em Nova York, por fazer “humor inteligente”, por ter um diretor envolvido com a atriz principal...
Diferentemente de um Woody Allen, “Mistress America” mais conforta do que faz pensar. Porém, dependendo do dia, confortar é mais importante que pensar.
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