
Produção original da Netflix está disponível para todos os assinantes do serviço de streaming.
Disponível na Netflix, o drama de longa-metragem “Beasts of No Nation” (veja trailer abaixo) constitui um marco da indústria do audiovisual.
Menos por qualidades técnicas, mais pela estratégia de lançamento: trata-se do primeiro longa produzido pela gigante dos conteúdos sob demanda a ganhar os cinemas.
Na verdade, meras 27 salas dos EUA o exibiriam na estreia, no último dia 15, e menos ainda na Inglaterra. A quantidade é suficiente para cumprir as exigências da Academia de Hollywood e, com isso, habilitar o filme a concorrer ao Oscar (e também ao Bafta, o Oscar britânico).
Nos outros países, incluindo o Brasil, a única opção é vê-lo em casa.
O lançamento simultâneo em plataformas diferentes não é novidade. Nos Estados Unidos, Steven Soderbergh lançou “Bubble” nos cinemas e na TV fechada no mesmo dia de janeiro de 2006.
Diretor Cary Fukunaga tem experiência no cinema e na televisão
O diretor de “Beasts of No Nation”, Cary Fukunaga, fez cinema (é dele “Jane Eyre”) e depois televisão (a primeira temporada de “True Detective”)
Leia a matéria completaNem o boicote dos exibidores, que segundo reportagens da imprensa norte-americana quase impediu “Beasts of No Nation” de chegar ao circuito, é inédito: Soderbergh também teve de enfrentar a fúria dos donos dos cinemas ao desrespeitar as convenções que indicam que um filme deve primeiro ganhar a tela grande para, semanas depois, ser lançado na televisão.
O que realmente difere o projeto da Netflix é... a Netflix. A empresa, que tem 69 milhões de assinantes em mais de 50 países (e chegará nos próximos meses à Itália, Espanha e Coreia do Sul, entre outros), é cautelosa nas manifestações sobre sua ambição de mudar a indústria.
Em geral, ela não atende a pedidos de entrevista. E, quando o faz, prefere comunicados genéricos não raramente evasivos.
É o espectador quem deve escolher como e quando quer ver um filme, defende a Netflix. A empresa refuta a ideia de “boicote” dos exibidores, chamando os donos dos cinemas de “parceiros”.
Com o lobby adequado, “Beasts of No Nation” tem tudo para ser mais do que lembrado no Oscar.
O pequeno protagonista, Abraham Attah, tem atuação impressionante como um menino que fica órfão e é cooptado por um líder rebelde (Idris Elba) para lutar na guerra civil de um país africano (não identificado).
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