Então é Natal. A música da Simone está no ar, os panetones inundam os supermercados, o especial de fim de ano do Roberto Carlos se aproxima e um “holiday movie” americano chega a um cinema perto de você.
Os produtos natalinos têm ao menos dois aspectos em comum: o sentimentalismo e a previsibilidade. Natal é hora de conforto, não invenção.
“O Natal dos Coopers” não faz esforço para fugir à regra. Do cartaz ao trailer, da primeira à última cena, seu objetivo é entregar o que o público espera de um filme natalino.
Confira no Guia onde assistir ao filme
Filme coral
Há quase 70 anos, é esse o molde: em “A Felicidade Não se Compra” (1946), obra-prima do subgênero, o protagonista aproveita o final do ano para reavaliar sua vida (“então é Natal, e o que você fez?”).
Em “O Natal dos Coopers”, a mudança na receita é quantitativa. Em vez de um personagem repensando seu destino, temos uma dezena deles – um filme “coral” em que as trajetórias se interligam.
Há o casal prestes a se separar (Diane Keaton e John Goodman), o patriarca apaixonado por uma garçonete (Alan Arkin e Amanda Seyfried) e a filha que inventa um namorado para não aparecer sozinha (Olivia Wilde e Jake Lacy). Existem ainda papéis e conflitos para Marisa Tomei, Anthony Mackie e Ed Helms.
Desperdício
A sensação geral é de desperdício de bons atores. Para dar conta de todos os personagens, o filme deixa alguns à deriva. Quando eles têm chance de brilhar, o roteiro convencional parece engessá-los.
Como se trata de um filme de Natal, a resolução de um conflito precisa ser anunciada desde sua apresentação: os familiares que brigam farão as pazes, os solitários encontrarão sua alma gêmea, os doentes irão se curar.
Fosse uma experiência gastronômica, “O Natal...” seria um panetone industrializado de frutas cristalizadas.
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