A questão não é se “Capitão América: Guerra Civil” é o melhor filme da Marvel até agora. Com a estreia, na sexta-feira, do maior filme da Marvel, o debate imediatamente se torna: em que posição do ranking esse filme se encontra na história do cinema de quadrinhos?
O rosto do Capitão América em “Guerra Civil” merece ser esculpida no Monte Rushmore dos filmes de quadrinhos. Mas exatamente onde devemos abrir espaço entre grandes filmes como o primeiro “Batman” de Tim Burton, os dois primeiros “Homem-Aranha” de Sam Raimi, o segundo filme dos “X-Men” e “O Cavaleiro das Trevas” de Christopher Nolan? Vamos investigar como o Capitão se sai.
Com os irmãos Russo como diretores, o que Kevin Feige e toda sua equipe dos estúdios Marvel conseguiram realizar com esse terceiro filme do Capitão América é magia cinematográfica – o ápice de um universo cinematográfico da Marvel que teve liberdade de luxuriosamente construir sua rede de filmes interconectados ao longo dos anos, com “O Homem de Ferro” de 2008 sendo sua verdadeira plataforma de lançamento.
“Guerra Civil” conta com dois bem recheados times de super-heróis mandando ver, ainda assim nunca dá a sensação de estar superlotado, mesmo que dois novos personagens do universo cinematográfico da Marvel sejam introduzidos: Homem-Aranha (Tom Holland) e Pantera Negra (Chadwick Boseman).
Aqui estão oito conclusões que dá para tirar de “Capitão América: Guerra Civil”:
1. Os próximos filmes dos Vingadores terão de dar duro para superar “Guerra Civil”.
Quem sabia que “Guerra Civil” iria levantar as expectativas tanto assim para os próximos filmes dos Vingadores (“Os Vingadores: Guerra do Infinito” partes 1 e 2)? Os diretores Joe e Anthony Russo podem vir a precisar de Manoplas do Infinito personalizadas para tentarem construir uma história dos Vingadores com Thanos (o vilão dos próximos filmes dos Vingadores, é claro) que possa superar “Guerra Civil”. Agora está abundantemente claro porque a Marvel decidiu deixar os Russo guiarem os próximos episódios dos Vingadores unidos. Com seus dois filmes do Capitão América, os irmãos Russo transformaram o personagem na maior franquia de super-herói da Marvel.
2. O Homem-Aranha é brilhantemente “resgatado” pela Marvel.
Que diferença os estúdios Marvel não fazem. Agora que Marvel e Sony compartilham a guarda do escalador de paredes, a Marvel mostrou o poder de sua supervisão ao nos fazer realmente querer outro filme do Homem-Aranha. Como o novo Peter Parker, o adolescente Tom Holland rouba cenas e fica de pé contracenando com Chirs Evans e Robert Downey Jr. O carisma de Holland brilha seja dentro ou fora do traje de Homem-Aranha, e ele fornece à franquia do super-herói algo que ela nunca teve: genuína juventude.
3. O Pantera Negra está triunfante.
Majestosamente interpretado por Chadwick Boseman, a chegada do Pantera Negra ao universo cinematográfico da Marvel ficou à altura das expectativas. O Pantera Negra não aparece apenas para uma rápida tomada em seu traje de gato; ele desempenha um papel importante em “Guerra Civil”, e está conectado ao futuro da Marvel de maneira intensa. Se você amava esse personagem nas páginas dos quadrinhos, não ficará desapontado com sua encarnação na tela.
4. Robert Downey Jr. brilha, mas o filme é de Chris Evans.
Downey Jr. pode ser o ator mais naturalmente carismático no universo cinematográfico da Marvel – e sua interpretação do Homem de Ferro está mais emocional do que nunca nesse filme – mas ele não domina “Guerra Civil” porque situa sua atuação exatamente no ponto certo. Enquanto isso, Evans faz sua melhor atuação até agora na pele de Steve Rogers/Capitão América. Aqui, o Capitão é um soldado que se opõe à interferência governamental – uma posição que vem do seu coração conforme ele busca proteger seus colegas Vingadores. Essa narrativa fornece um holofote suficiente para que Evans emane uma dureza de aço, às vezes silenciosa. Isso põe um fato em evidência: Downey se torna o Homem de Ferro quando veste seu traje high-tech; Evans é o Capitão América quer vista máscara e escudo ou não.
5. A irmandade de Capitão e Bucky ressoa.
Desde o primeiro filme do Capitão América (“O Primeiro Vingador”, de 2011), testemunhamos o vínculo entre Steve Rogers e James “Bucky” Barnes. Antes de ele se tornar um experimento do exército, o garoto frequentemente perseguido pelos colegas Steve Rogers não conseguia defender a si mesmo, imagina então defender seu país. Mas Bucky sempre estava lá para ajudá-lo. Então mesmo após receber a injeção com supersoro, Rogers não se esqueceu desses atos de amizade. Em “Guerra Civil”, quando Bucky está na mira de um mundo que está convencido de que ele é um perigoso terrorista, sua ligação com Steve está no centro de um novo conflito. Steve não pode abandonar Bucky, mesmo que o Homem de Ferro o tenha sob sua mira.
6. A maior batalha de super-heróis entrega o esperado.
A ação de “Guerra Civil” alça novas alturas quando o time Capitão América e o time Homem de Ferro se enfrentam em um aeroporto alemão, e essa cena épica entrega lucro após lucro em termos visuais e verbais. O Homem-Aranha se torna a nova estrela da Marvel nessa batalha, mas ele não recua dos feitos mais incríveis – um grande momento vindo do herói que você menos esperaria que o entregasse.
7. Há espaço para humor de trincheira.
“Guerra Civil” é uma história emocional que cobra um preço de seus heróis. Ainda assim a Marvel sempre dá um jeito de oferecer tiradas instantâneas. E uma surpresa aqui é a química humorística entre Falcon (Anthony Mackie) e Bucky/Soldado Invernal (Sebastian Stan). Isso apenas acrescente aos esperados momentos engraçados do Homem de Ferro de Downey Jr. e do Homem-Formiga de Paul Rudd.
8. “Guerra Civil” estabelece um padrão de excelência para filmes de super-heróis.
“É tão bom quanto ‘O Cavaleiro das Trevas’?”, “é melhor que ‘Os Vingadores’?” Essas questões, enquanto pontos de comparação padrão, podem agora ser substituídas por: “é tão bom quanto ‘Guerra Civil’?”
Esse “Capitão América” é o novo ápice do cinema de quadrinhos.