Quando Rafael Jáder Gonçalves nasceu, em 1986, a indústria do VHS vivia sua era de ouro. Trinta anos depois, na contramão tecnológica, o pontragrossense se orgulha de ter acervo de 30 mil fitas VHS, a maior coleção de fitas do Brasil.
Um catálogo que começou a formar em 2007 e hoje está guardado num galpão em Itararé (SP), onde o turismólogo vive e trabalha.
A última sessão de VHS: o fim do videocassete enterra uma era de ouro da cultura moderna
Fim da última linha de produção de aparelhos de videocassete é a pá de cal em uma cultura que mudou a história do entretenimento
Leia a matéria completaPara Gonçalves, colecionar é uma missão. “Tirar os filmes da poeira do passado ainda em tempo de reconstituí-los. É compensador ajudar pessoas a rever filmes que sempre procuraram e que não conseguem encontrar”.
Gonçalves estima que faltam cerca de dois mil filmes para completar a coleção de tudo o que foi lançado no Brasil em VHS entre o cinema americano, nacional e europeu.
“Meu acervo prioriza os títulos mais obscuros e desconhecidos. A exceção são aqueles que já foram relançados em DVD”.
Obsessão
Ele conta que sua “obsessão nasceu de um desejo frustrado”. Durante a infância, no interior de São Paulo, havia poucas opções para locar filmes.
Acredite, ainda há quem compre, venda e conserte videocassetes
Paixão pelo e conteúdo de fitas caseiras mantém vivo ramo de manutenção de videocassete.
Leia a matéria completaAssim, quando ia de férias à cidade natal, “ficava enlouquecido” com a variedade de títulos das locadoras.
Quando voltou à Ponta Grossa, em 2007, comprou os acervos de todas locadoras que foram fechando na cidade e se desfaziam de suas preciosidades por preços baixos.
“Arrematei acervos de muitas locadoras de várias cidades pelo estado e do Brasil. D tão grande era minha compulsão pela busca dos VHS que passei a colecionar todos os gêneros, exceto os pornográficos”.
Acervo da Video1 em Curitiba: titulos que não existem na internet.
Ele não sabe ainda o que fará com o acervo. “Quem sabe no futuro posso competir pelo Guinness Book”.
Ele explica que quanto mais o tempo passa, “mais difícil de encontrar os filmes, salvo por algumas mãos conscientes que não se desfizeram deles”.
Mesmo motivo que leva Luiz Renato Ribas, fundador da Video1, a locadora mais antiga do país, a não se desfazer de seus exemplares.
“Ainda temos dois mil títulos de filmes não lançados em DVD. Variedade que a internet não pode oferecer.”
Quem quiser entrar em contato com Rafael Jáder Gonçalves - que não confia no Facebook - para trocas ou vendas de VHS, é só mandar e-mail para a gente: cadernog@gazetadopovo.com.br.
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