Se Gustavo Kuerten é o labrador humano do esporte, a oscarizada Jennifer Lawrence e Chris Pratt são os do cinema. Espirituosa e piadista, a dupla, em pleno auge da carreira, costuma ser atração à parte em premiações e lançamentos dos filmes que participam. Um encontro dos atuais queridinhos de Hollywood seria, portanto, meio caminho andado para um lançamento de sucesso, certo? Não exatamente, como prova “Passageiros”, que estreia nesta semana.
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O filme do norueguês Morten Tyldum (“O Jogo da Imitação”) mira na ficção científica mas acaba acertando em um romance insípido, principalmente porque os belos JLaw e Pratt têm mais química como dupla cômica – vide as piadinhas durante as entrevistas e pré-estreias – do que propriamente formando um casal.
O ator, que em maio volta às telonas como o Senhor das Estrelas em “Guardiões da Galáxia Volume 2”, passa quase 40 minutos sem encontrar sua principal parceira de cena. Jim Preston, seu personagem, é um mecânico que integra uma nave que partiu da Terra em direção a uma idílica colônia espacial. A viagem da gigante Avalon leva 120 anos e todos os passageiros e tripulação hibernam em cabines projetadas para mantê-los jovens e saudáveis. Por um mistério qualquer, Jim acorda 90 anos antes do previsto.
Tenta se conectar com a Terra, mas uma mensagem demora mais de uma década para ser entregue. Está, portanto, destinado a morrer sozinho décadas antes de a nave terminar sua viagem. Seu plano modesto de voo permite apenas algumas regalias, e Jim afoga as mágoas em álcool no bar da espaçonave, posto de trabalho do androide bartender Arthur (Michael Sheen). No curso de um ano, abandona as lâminas de barbear e, em alguns momentos, as roupas. Alívio cômico involuntário, principalmente porque a equipe de caracterização falhou em arranjar pelos faciais convincentes para Pratt.
Nesse momento, a passageira VIP Aurora (Jennifer), junta-se a ele em uma sequência de dar nos nervos - no péssimo sentido. Sem muita empolgação, no maior estilo “não tem tu, vai tu mesmo”, a moça se entrega a um relacionamento à la Adão & Eva, expresso em diálogos e narrações que fariam Nicholas Sparks corar de vergonha alheia. A faceta abertamente sexy de Jennifer é explorada em muitas sequências na piscina, mas as cenas de sexo ou carinho são tão artificiais quanto a comida servida na Avalon.
Como todo filme do gênero, o namoro azeda ao fim do segundo ato, com direito a uma sessão de pancadaria dispensada por Jennifer a Pratt. Conjuntamente, a Avalon também começa a dar pane. A ação, apesar dos clichês do cinema catástrofe, consegue aliviar um pouco da chatice que a tentativa de romance proporcionou.
Cotação: GG
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