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Kristen Bell, Mila Kunis e Kathryn Hahn são  as protagonistas. | Michele K. Short/Michele K. Short
Kristen Bell, Mila Kunis e Kathryn Hahn são as protagonistas.| Foto: Michele K. Short/Michele K. Short

Os roteiristas Jon Lucas e Scott Moore se especializaram em um tipo bem específico de comédia: o que exibe o resultado da mistura de marmanjos e álcool etílico em doses. Foi assim com “Se Beber Não Case”, que rendeu uma trilogia inteira, e “Finalmente 18”, que rejuvenesceu um pouco o elenco, mas manteve a essência do “estrago”.

Com “Perfeita É a Mãe” (Bad Mons, em inglês), Scott e Moore tentam transportar esse tema ao universo feminino, mais especificamente ao das mulheres que não suportam mais a pressão de triplas jornadas e a culpa eterna de não estão criando filhos felizes e equilibrados.

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Mila Kunis, no papel mais adulto de sua carreira, é Amy, uma jovem mãe que cuida de quatro crianças: um casal de filhos, o marido, que não participa em nada da rotina doméstica, e o chefe, que parece ser o mais mimado de todos eles. Com um toque de Murphy, a vida conjugal degringola, os filhos têm mais e mais atividades extracurriculares e as responsabilidades no trabalho crescem.

Quando a dominadora Gwendolyn (Christina Applegate), presidente da Associação de Pais e Mestres do colégio das crianças, tenta empurrar mais um cargo em Amy, ela surta e se transforma na ‘mãe ruim’ do título original. Depois de passar a noite entornando drinques, leva quitutes comprados na padaria para a feira do colégio, faz as crianças prepararem seu próprio café da manhã e se apossa do Dodge Challenger do marido.

Ela conquista a confiança de Kiki (Kristen Bell), esgotada por quatro filhos e um marido controlador, e da relapsa Carla (Kathryn Hahn, perfeita) e desperta o bullying de Gwendolyn. Está formada a batalha entre as mães que vandalizam o supermercado e as que recebem Martha Stewart no jantar.

Debate

A dupla de roteiristas, que também dirige o filme, parece querer surfar na onda de filmes que admitem que “mulheres também podem ser engraçadas” e escalam atrizes para viver situações antes autorizadas apenas aos homens. Um movimento que começou há pelo menos cinco anos, com “Missão Madrinha de Casamento” e coleciona exemplos como “A Espiã que Sabia De Menos”, “Descompensada” e, neste ano, “Vizinhos 2” e “Caça-Fantasmas”.

A lista de filmes em que as atrizes não precisam ser sexualizadas para fazer rir só aumenta, mas esse ainda não é o cenário dos sonhos, acredita a atriz e roteirista Tina Fey. “Querem que a gente fique abertamente grata por isso, mas nós pensamos ‘Não, esta não é uma época boa!’. Se você parar e observar, os homens estão ganhando muito mais dinheiro, produzindo lixo, enquanto as meninas estão lutando e fazendo coisas incríveis por menos”, afirmou em entrevista à revista Town & Country de abril.

Ela exemplifica citando as perguntas que teve de responder quando divulgava o filme “Irmãs”, como os motivos das brigas dos personagens. “Brigamos da mesma forma que Will Ferrell e Mark Wahlberg. Vocês perguntam esse tipo de coisa para eles?”.

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