Em uma rápida pesquisa no YouTube, é possível encontrar vídeos nos quais proprietários de animais de estimação filmam o que seus bichos fazem enquanto eles estão ausentes. O resultado às vezes é divertido, em outros casos nem tanto, já que os animaizinhos sofrem com a saudade de seus donos. A animação “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” partiu dessa ideia e levou-a ao extremo para criar uma narrativa que vai deliciar especialmente quem adora animais.
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“Pets” é o mais novo rebento da Illumination Entertainment, produtora que é um braço da Universal Studios para animação. O estúdio se consolidou como um rival à altura da Disney/Pixar com “Meu Malvado Favorito” e seu derivado “Minions”. Aliás, um aviso aos fãs das criaturas amarelas: as sessões de “Pets” são acompanhadas por um curta-metragem estrelado pelos personagens.
Mas, voltando ao filme principal: o personagem principal é Max, um cachorro terrier criado a pão de ló em um apartamento de Nova York. No mesmo prédio vivem seus amigos: o dachshund Buddy, o pug Mel, a gata Chloe e o pássaro Docinho. Enquanto seus donos trabalham, os pets se reúnem, fofocam e se divertem com bolinhas e outros passatempos.
A rotina de Max é quebrada quando sua dona traz para casa um novo morador: Duque, um vira-lata espaçoso que chega para dividir as atenções. Em um passeio, os dois acabam se perdendo e encontram o vilão da história: Bola de Neve, um coelho revoltado que formou um exército de animais abandonados com o objetivo de se vingar dos humanos.
Sequência
Lançado nos Estados Unidos em julho, no pacote de verão americano, “Pets” teve desempenho bem satisfatório, arrecadando mais de US$ 100 milhões no primeiro fim de semana e cerca de US$ 350 até o momento. O sucesso já fez com que a Universal e a Illumination anunciassem uma sequência, que deve chegar às telas em 2018.
“Pets” reúne todos os ingredientes de sucesso das animações recentes: perseguições, requinte visual, trilha sonora pop e, acima de tudo, personagens carismáticos. Mas, mais do que eles, o que garante o sucesso da animação são as tiradas cômicas. A jornada aventureira dos bichos pelas ruas e bueiros de Nova York não acrescenta nada de novo a um tipo de narrativa que tem exemplares brilhantes como “Procurando Nemo” e “Ratatouille”.
O grande barato dessa nova animação é o que pode-se chamar de “piadas internas” de bicho. Aquelas situações e diálogos imagináveis caso os animais pudessem se expressar como seres humanos. “Pets” capta esse espírito com perfeição, tornando o filme uma diversão que, se não tem o apuro técnico e a engenhosidade narrativa de outras animações, é inteligente o bastante para entreter sem cansar.
Dublador experiente, Danton Mello estreia na animação
O que “Pets” tem a ver com Leonardo DiCaprio, “Os Goonies” e um punhado de novelas da Globo? Uma voz. Mais precisamente, a de Danton Mello, ator que empresta sua fala para dublar Max, o cachorro que protagoniza a animação. Apesar de ser um dublador experiente, com vários filmes no currículo, ele jamais havia participado de uma animação.
“Fiquei muito feliz com o convite, era algo que eu queria fazer especialmente para minhas filhas, que cresceram vendo animações. Agora, elas finalmente puderam ouvir a voz do pai em uma delas”, contou Danton em entrevista à Gazeta do Povo. O ator, que no ano passado participou da novela “I Love Paraisópolis”, dublou Leonardo DiCaprio em “Titanic”, entre outros filmes, e filmes dos anos 80 e 90, como “Goonies”, “Gremlins” e “American Pie”.
Apesar da vasta bagagem como dublador, Danton esteve afastado da atividade por alguns anos. “Estava supernervoso, achava que não conseguiria dar conta. O primeiro dia foi tenso, mas depois fui me soltando”, diz o ator, que fez a dublagem em quatro dias. Ele teve um privilégio raro aos dubladores locais, o de assistir ao filme antes das gravações. “Quis fazer algo diferente do original, colocar umas coisas minhas no personagem”.
Além dele, emprestam suas vozes à versão brasileira os atores Tatá Werneck, Tiago Abravanel e Luis Miranda.
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