Pivô da polêmica envolvendo a comissão que vai escolher o representante brasileiro que disputará uma vaga ao Oscar de filme estrangeiro em 2017, o crítico Marcos Petrucelli será mantido, garante o secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini, em entrevista exclusiva.
“A polêmica entre Petrucelli e Kleber Mendonça é antiga e envolve questões políticas, não tem nada a ver com a avaliação do filme Aquarius, que Petrucelli só viu agora na abertura do Festival de Gramado”, explica. E diz que toda essa polêmica não tem razão de ser. “As pessoas deveriam saber separar posicionamentos ideológicos com escolhas artísticas. Eu sei separar.”
Questionado se pensou em retirar o nome do crítico por causa da pressão de parte de alguns cineastas, ele foi enfático. “Nem eu nem o ministro Marcelo Calero cogitamos em momento algum retirar o nome de Petrucelli.”
O secretário atribuiu essa polêmica ao ambiente de polarização política que vive o País, mas acha que também está havendo uma má vontade de alguns profissionais do audiovisual que não veem o óbvio. “Na composição, respeitamos o que vinha sendo feito aqui na Secretaria do Audiovisual, chamando nomes com currículo notoriamente reconhecido, olhando para toda a cadeia produtiva do cinema, com profissionais da área de exibição, produção, direção, etc e, acima de tudo, procurando pessoas de diversas regiões do País. Então, não consigo entender essa má vontade e polêmica.”
Foram anunciados como novos membros na comissão os diretores Carla Camurati e Bruno Barreto, respectivamente, nas vagas da atriz Ingra Liberato e do diretor Guilherme Fiúza Zenha. Bertini espera que agora os cineastas e a imprensa deem a devida atenção aos filmes que estão pleiteando a vaga para representar o País no Oscar do próximo ano. “Vamos deixar essa polêmica estéril de lado e focar nos filmes. Me preocupa que as atenções tenham até agora se centrado apenas entre Petrucelli e Kleber Mendonça, e sobre seu filme Aquarius.”