Quatro filmes brasileiros estão entre os dez mais assistidos da semana no Brasil: “Minha Mãe é uma Peça 2”, que acumula mais de 7,6 milhões de espectadores desde sua estreia (e, com a marca, se tornou o terceiro filme brasileiro mais assistido de todos os tempos); “Os Penetras 2 – Quem Dá Mais?”, que estreou para uma plateia de mais de 150 mil espectadores; “Eu Fico Loko”, que vendeu acima de 470 mil ingressos desde o início de sua exibição; e “Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood”, que estreou sendo assistido por pouco mais de 37 mil pessoas. No geral, o filme mais assistido da última semana no Brasil foi a animação da Disney “Moana – Um Mar de Aventuras”, visto por mais de 510 mil pessoas.
Mês de férias, janeiro costuma concentrar lançamentos destinados ao público infanto-juvenil, mas o excerto não deixa de ser um reflexo do atual momento do cinema nacional. A lista de lançamentos para o restante do ano traz outros exemplares do mesmo gênero: “TOC – Transtornada, Obsessiva, Compulsiva”, estrelado por Tatá Werneck; “Festa da Firma”, com Marcos Veras; e “Gostosas, Lindas e Sexies”, uma versão brasileira de “Sex and the City” com personagens em sobrepeso, são exemplos do estado atual do cinema nacional. Na tentativa de atrair um público numeroso, os produtores brasileiros têm investido em comédias rasas destinadas a agradar uma plateia ampla e heterogênea.
Conhecido por filmes como “Eu, Tu, Eles” e “Casa de Areia”, o diretor Andrucha Waddington alcançou sua maior bilheteria em “Os Penetras”, de 2012, assistido por mais de 2,5 milhões de espectadores. Em entrevista feita por e-mail ao Caderno G, o cineasta diz que o sucesso do primeiro filme tornou a realização da continuação “algo quase óbvio”. “Fazer uma sequência é quase mais difícil que fazer o primeiro, principalmente pelo perigo de repetir o mesmo filme, como acontece com muitas sequências nacionais e internacionais”, afirma.
A expectativa de sucesso com “Os Penetras 2 – Quem Dá Mais?” é tal que os produtores já têm desenvolvido um roteiro para um terceiro filme da série. “Não vejo problema algum com as franquias. Pelo contrário, enquanto o público quiser ver, as franquias permanecerão ativas, como é o caso do ‘007’, apenas para citar um”, diz o diretor.
“Me orgulho muito de ‘Os Penetras 2 – Quem Dá Mais?’”
Waddington se diz muito feliz com o resultado obtido pela sequência de “Os Penetras”. “Tão importante como qualquer filme que fiz na vida. Me orgulho muito de ‘Os Penetras 2 – Quem Dá Mais?’”. Para o cineasta, a tradição da comédia brasileira, que vai das chanchadas da Atlântida, passando pelo sucesso dos filmes dos Trapalhões nos anos 80 até o momento mais recente, quase que dominado pelas produções da Globo Filmes, é uma demonstração de que os gêneros vão se reinventando. “Assim acontece também com as comédias brasileiras”, avalia.
“Acho que depois de três anos preparando o roteiro, chegamos a uma história que, a meu ver, respeita os personagens, aos motes do primeiro filme, com uma história absolutamente nova”. Para Andrucha, desenvolver projetos de filmes de comédia que atendam um público mais exigente, menos baseados em piadas de duplo sentido, não é nenhuma preocupação especial. “Como um cineasta brasileiro, considero fazer bons filmes sempre!”, conclui o diretor.