A presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas lamentou, em um comunicado oficial, a “falta de inclusão” nas indicações ao Oscar, motivo que levou o cineasta Spike Lee a promover um boicote à premiação em protesto contra a ausência de candidatos negros.
Cheryl Boone Isaacs, que é negra, declarou estar “triste e frustrada” pela situação, e disse que trabalhará para alterar a imagem dos membros da Academia e trazer mais diversidade às nomeações nos próximos anos.
“Eu gostaria de reconhecer o maravilhoso trabalho dos indicados deste ano. Enquanto celebramos suas extraordinárias conquistas, estou triste e frustrada pela falta de inclusão”, afirmou Isaacs. “A Academia está tomando passos contundentes para mudar a imagem de nossos membros.”
“Como muitos de vocês sabem, implementamos mudanças para diversificar nossos membros nos últimos quatro anos. Mas a mudança não é tão rápida quanto gostaríamos. Precisamos fazer mais, melhor e mais rápido”, declarou ainda a presidente da instituição.
Este é o segundo ano consecutivo que a Academia não indica atores negros para concorrer ao Oscar. “Nós não podemos apoiar isso”, escreveu Lee em um texto publicado no Facebook nesta segunda-feira (18).
“É mais fácil para um afro-americano ser presidente dos EUA do que presidente de um estúdio de Hollywood”, afirmou o cineasta, responsável pelos filmes “Malcom X” e “Faça a Coisa Certa”, ambos sobre conflitos raciais nos Estados Unidos.
A atriz Jada Pinkett Smith (“O Professor Aloprado”) também anunciou, nas redes sociais, apoio ao boicote à premiação. Seu marido, Will Smith, era um dos cotados à indicação de melhor ator por “Um Homem Entre Gigantes”, mas não entrou na lista.
Em anos anteriores nomes como Lupita Nyong’o, Mo’Nique, Octavia Spencer, Forest Whitaker e Denzel Washington se sagraram vencedores no Oscar. Em 2015, no entanto, a omissão do ator David Oyelowo e da diretora Ava DuVernay, ambos de “Selma: Uma Luta Pela Igualdade”, levou à criação da hashtag #OscarSoWhite (Oscar muito branco).
Neste ano, “Straight Outta Compton”, longa sobre a cena do rap dos anos 1980, e “Creed: Nascido Para Lutar”, retomada da franquia “Rocky” com o filho de Apollo Creed como protagonista, também ficaram de fora, levantando, mais uma vez, a campanha por um Oscar mais diverso.
O boicote, porém, não tem adesão unânime e inclusive enfrenta algumas críticas. Janet Hubert, que co-estrelou “Um Maluco No Pedaço” com Will Smith nos anos 1990, publicou um vídeo em que questiona a bandeira de Jada. “O seu marido não tem uma boca para falar por si próprio?”, alfinetou.
“Tem tanta coisa ruim acontecendo no mundo que vocês não parecem reconhecer. Pessoas estão morrendo. Nossos garotos estão sendo baleados. Pessoas estão famintas. Pessoas estão tentando pagar seus impostos. E você está falando sobre essa porcaria de atores e Oscars”, protestou.
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