Roy Scheider nas filmagens de “Tubarão”| Foto: Divulgação/

Os modelos de tubarões mecanizados fabricados para o filme de Steven Spielberg estragavam tanto que não se avançava na filmagem. Então, o diretor optou por deixá-los de lado em grande parte das cenas.

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“O que Hitchcock faria em uma situação assim?”, perguntou a si mesmo Spielberg, que decidiu substituir o predador marinho por planos subjetivos e tomadas nas quais se percebe a presença do bicho sob a superfície, embora nunca seja visto.

“Tubarão”, de Spielberg, faz 40 anos

Para tentar reaver a fortuna que gastou na produção do filme, a Universal criou a primeira grande campanha de marketing no verão americano

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Durante as filmagens, um navio afundou, rolos de filmes com material gravado molharam, e se trabalhou com um roteiro que era mudado a cada dia. A previsão de 60 dias de filmagem foi para os ares e Spielberg levou 157 para rodar o filme, que custou US$ 14 milhões.

Spielberg esteve a ponto de desistir, em Hollywood o assinalavam como o culpado e ele acreditou que “Tubarão” acabaria com seu futuro. O estúdio esteve a ponto de demiti-lo e cancelar o projeto.

Richard Dreyfuss, que liderou o elenco junto com Roy Scheider e Robert Shaw, criticou o filme após terminadas as filmagens, e em entrevista admitiu que não gostava do trabalho que tinha feito. Palavras das quais depois se arrependeu.

Com o produto na mão, a Universal Studios planejou uma estreia em massa (450 cinemas) e uma extensa campanha promocional em todo o país que incluía marketing pesado, algo inovador frente aos lançamentos mais escalonados (e menos arriscados). E “Tubarão” arrasou.

Spielberg deixou de ser questionado para, segundo suas palavras, ganhar liberdade para poder fazer “qualquer filme”.

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E os estúdios de Hollywood perceberam que, ao contrário do que se pensava até então, o verão era um grande momento para vender ingressos de cinema nos EUA.