Não há grandes novidades em “Jason Bourne”, filme que, depois de nove anos, reúne novamente o diretor Paul Greengrass e o astro Matt Damon em torno da franquia. Isso é ruim? Não, muito pelo contrário. O quinto episódio nos lembra porque a série revolucionou os filmes de ação e confirma: por mais que alguns de seus pares se esforcem, atualmente ninguém faz cinema como o diretor britânico.
Antes de qualquer coisa, é preciso relembrar o desenvolvimento da franquia Bourne. Tudo começou em 2002, com “A Identidade Bourne”, dirigido por Doug Liman, baseado no primeiro de três livros escritos por Robert Ludlum. Damon interpretava um homem que acorda desmemoriado e descobre que era um assassino a serviço do governo americano. O sucesso do filme abriu caminho para adaptar os dois livros seguintes, “A Supremacia Bourne” (2004) e “O Ultimato Bourne” (2007).
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Apesar das qualidades do primeiro filme, foi a partir do segundo que a história realmente começou a ser escrita. Quem assumiu a direção foi Greengrass, que testou os nervos do público reconstituindo de forma impressionante a queda de um dos aviões do 11 de setembro em “Voo United 93”. O cineasta levou a “Supremacia” e, principalmente, “Ultimato”, sua narrativa intensa, frenética e nervosa. E o cinema de ação nunca mais foi o mesmo.
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Sem fôlego
A sequência inicial de “Jason Bourne”, que chega aos cinemas nesta quinta (28), é a síntese de como Greengrass foi revolucionário. Depois de aparecer lutando clandestinamente na fronteira da Grécia com a Macedônia, o protagonista segue para Atenas, onde encontra a antiga agente da CIA Nicky Parsons (Julia Stiles). Ela quer entregar a ele documentos hackeados que revelariam fatos ainda desconhecidos sobre seu passado.
Esquecível
Em 2012 foi realizado o quarto filme da franquia, “O Legado Bourne”. Porém, como Paul Greengrass não quis entrar no projeto, Matt Damon também se recusou a interpretar o personagem. Assumiu a direção Tony Gilroy, roteirista dos primeiros filmes, e Jeremy Renner ficou com o papel principal, vivendo outro personagem. O resultado foi um filme esquecível, tanto nas bilheterias quanto para a crítica.
O local escolhido para o encontro é o centro da capital grega, onde ocorre um protesto contra o governo. Logo os agentes descobrem o paradeiro da dupla e partem à sua caça. É a deixa para Greengrass exibir seu talento de forma magistral. A combinação entre perseguição policial e manifestação de massa resulta, seguramente, em uma das sequências de ação mais impressionantes dos últimos anos.
Muita câmera na mão, tomadas fechadas, cortes rápidos e trilha sonora constante. São os principais elementos que fizeram de “Bourne” uma grande referência no cinema de entretenimento na última década. O novo filme se mantém nessa toada, causando no espectador a sensação de tensão permanente, de estar tão em perigo quanto o protagonista, de que qualquer descuido pode ser fatal.
Redes sociais
No tocante à trama, “Jason Bourne” tenta dar algum fôlego a uma história que, teoricamente, se esgotou nos três primeiros filmes. Como o protagonista recuperou plenamente suas memórias ao final de “Ultimato”, era necessário encontrar alguma motivação para que ele ressurgisse das cinzas.
O mote para o novo filme é uma descoberta anterior ao ingresso de Jason Bourne na agência, quando ainda se chamava David Webb. As informações estão embaralhadas em um segredo ainda maior, um esquema que envolve o governo americano e uma grande rede social. Melhor do que entrar em detalhes é o espectador descobrir por conta própria durante o filme.
Redes sociais, monitoramento, liberdade individual: temas contemporâneos que o Paul Greengrass fez questão de incluir na trama para dar maior frescor ao filme. Até porque muita coisa mudou desde 2007, quando “Ultimato” foi lançado. “O conflito entre gigantes das mídias sociais e fatores de segurança sempre me pareceu muito interessante. Não é certo versus errado – são dois certos em tensão”, afirmou o diretor ao jornal Los Angeles Times.
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