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Eddie Redmayne na  capa da “Variety”, | /Reprodução
Eddie Redmayne na capa da “Variety”,| Foto: /Reprodução

A revista americana “Variety” assumiu sua parcela de culpa na falta de diversidade nos filmes e entre atores premiados de Hollywood: “Deveríamos sentir vergonha!”, disse a principal publicação da indústria cinematográfica em seu número mais recente.

“Em 2015, a longa luta pelos direitos civis nos Estados Unidos concentrou-se na violência policial. Quando tantos tiros mataram negros desarmados, o povo americano explodiu de indignação”, publicou a revista.

“Este ano, a batalha nacional pela identidade e a inclusão encontrou um novo foco: Hollywood”, acrescentou.

A polêmica estourou em Hollywood em meados de janeiro, quando foram revelados os indicados ao Oscar e, pelo segundo ano consecutivo, não apareceu nenhum candidato negro nas principais categorias.

A polêmica foi tal que, em uma guinada histórica, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas americana decidiu mudar várias normas internas para favorecer a inclusão de mulheres e minorias étnicas.

“Mas a culpa não é apenas dos prêmios Oscar (...), mas de nós mesmos. A hierarquia dos estúdios de Hollywood continua sendo um clube exclusivo, dirigido por homens brancos e uma mulher branca. As agências de grandes talentos quase não têm sócios que pertencem às minorias. E os veículos encarregados de cobrir o setor – inclusive a Variety – só empregam poucas pessoas não brancas”, prosseguiu a respeitada revista em seu mea culpa.

Várias grandes organizações que defendem os direitos das minorias pediram nesta terça-feira uma reunião com os dirigentes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, bem como com outros dirigentes da indústria cinematográfica.

“A falta de diversidade na indústria do entretenimento é um problema complexo sem solução simples. Estamos convencidos de que o problema não se limita à indicação aos prêmios”, destacou o comunicado.

Mas as “indicações a prêmios se transformam em sucessos de bilheteria” e os sucessos comerciais, por sua vez, determinam que tipo de filmes conseguem financiamento, analisaram as organizações.

“Se a Academia não conseguir romper este círculo vicioso, corre o risco de se tornar irrelevante”, concluiu o comunicado.

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