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Robert De Niro parecia ter entrado em uma zona de conforto. | Divulgação
Robert De Niro parecia ter entrado em uma zona de conforto.| Foto: Divulgação

Que Robert De Niro é um ator fora de série, um dos gigantes de sua geração, isso não se discute. Mas já faz alguns anos que ele parece ter entrado em uma zona de conforto, desempenhando papéis insossos em filmes esquecíveis.

“Um Senhor Estagiário” definitivamente não é o filme que vai marcar a retomada de uma fase mais brilhante na carreira do ator, mas pelo menos permite vê-lo em um papel divertido, arrancando alguns risos sem cair no caricato.

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Para quem se lembra do Robert De Niro furioso dos filmes de Martin Scorsese (“Taxi Driver” e “Touro Indomável”, entre outros), nem parece que o astro já ultrapassou os 70 anos de idade (ele tem 72). Por isso, chega a ser um misto de surpresa e satisfação vê-lo interpretando um tiozinho idoso assumido, daqueles que poderiam tranquilamente ser seu avô.

De Niro e Hathaway: conflito de gerações. Divulgação

De Niro é Ben, um viúvo setentão que, desde que perdeu a mulher, busca várias alternativas para ocupar o tempo. A melhor delas surge quando um site de moda lança um programa para contratação de estagiários da terceira idade. Ben é aprovado e designado para trabalhar justamente ao lado da proprietária da empresa, Jules (Anne Hathaway), uma jovem dedicada, porém, desorganizada ao extremo. “Boa sorte” é o conselho unânime dos colegas para o estagiário encarar a nova função.

Não é difícil imaginar o que vem na sequência. De início, Jules demonstra resistência com o novo estagiário, há pequenos conflitos, mas aos poucos o gelo vai sendo quebrado. Ben assume papel fundamental, não apenas na companhia, mas na vida pessoal da empresária. Ou seja, em termos de roteiro ou narrativa, o filme de Nancy Meyers (de outras comédias água com açúcar como “Alguém Tem Que Ceder” e “Simplesmente Complicado”) não apresenta grandes novidades.

“Um Senhor Estagiário” funciona bem principalmente em razão da química eficaz entre De Niro e Hathaway. Há os exageros tradicionais na composição dos personagens, mas eles conseguem ser mais humanizados que os estereótipos comuns nesse tipo de filme, o da super-mulher independente e do vovô garotão.

As boas tiradas e a habilidade em não deixar a história escorregar para o melodrama (ainda que passe raspando) fazem de “Um Senhor Estagiário” uma comédia bem simpática. E, ainda que esteja distante de suas atuações mais memoráveis, ver Robert De Niro em boa forma sempre é um motivo razoável para ir ao cinema.

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