Vida de ator não é fácil, mesmo para aqueles talentosos, premiados e com milhões de dólares no bolso. Um dia após estar no céu, subindo ao palco para receber o Oscar, pode estar esquecido pelo público em filmes irrelevantes ou fazendo papéis constrangedores em grandes produções. Nesse último quesito, os filmes de super-herói se tornaram terreno fértil para essa sina. A cada ano, lotes maiores dessas produções chegam às telas, levando multidões às salas de cinema e movimentando bilhões em Hollywood.
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Seja por dinheiro, visibilidade ou mesmo escolhas infelizes, não são poucos os astros que desperdiçam seu talento em meio a lutas, cidades destruídas e efeitos especiais de última geração. De nomes promissores como Jared Leto e Michael Shannon, a lendas do porte de Robert Redford e Michael Caine, a lista é grande. A seguir você confere 12 desses bons atores e seus papéis esquecíveis.
Robert Downey Jr., em “Homem de Ferro”
O ator que surgiu promissor na década de 1980 e foi indicado ao Oscar ao encanar Charles Chaplin nos anos 90 estava na pior. Até descobrirem que ele seria o nome ideal para encarnar o Homem de Ferro. De fato, sua atuação divertida e carismática é o que move o primeiro filme. Só que o ator fez disso sua persona e, desde então, nada mais faz do que ficar se repetindo nas infindáveis sequências da Marvel, seja em filmes solo ou com os Vingadores.
Benedict Cumberbatch, em “Doutor Estranho”
O britânico de nome imponente foi revelado na televisão em uma interpretação das mais dignas para o mais famoso detetive da ficção na série “Sherlock”. Depois, se apresentou ao mundo concorrendo ao Oscar como o inventor Alan Turing em “O Jogo da Imitação”. Todo esse talento para quê? Para viver de forma insossa mais um herói da Marvel, o Doutor Estranho que pode ser visto nas telas atualmente. E que, pela repercussão do filme, vai ter sequência.
Halle Berry, em “Mulher Gato”
Existe uma maldição que atinge alguns ganhadores do Oscar. Não são poucos os atores que, após levar a estatueta para casa, começam a fazer escolhas desastrosas e mergulham no limbo. Halle Berry é um caso célebre. Em 2001 foi premiada como melhor atriz pela atuação arrebatadora em “A Última Ceia”. Três anos depois, entrou para a história como uma das piores heroínas já vistas no cinema com o pavoroso “Mulher Gato”. Pelo menos teve bom humor ao ir receber o prêmio Framboesa de Ouro pela “interpretação”.
Jared Leto, em “Esquadrão Suicida”
Bem antes de faturar o Oscar de ator coadjuvante como o travesti de “Clube de Compras Dallas”, Jared Leto já dava mostras de ser um astro promissor. Sua escalação para viver o vilão Coringa levou as expectativas dos fãs às alturas. E, com o mesmo peso, veio a frustração quando o filme chegou às telas. Deslocado, com poucas e nada impressionantes aparições, seu personagem parece ter sido incluído na trama apenas para assegurar um marketing adicional à produção.
Jeremy Irons, em “Batman vs Superman”
Quem acompanhou o cinema na década de 90 seguramente não esquece de Jeremy Irons. Com classe e elegância únicas, o ator já foi daqueles capazes de dominar a cena mesmo com poucos minutos de aparição. Basta ver, por exemplo, “O Reverso da Fortuna”, “Perdas e Danos” e “Gêmeos, Mórbida Semelhança”. Chega a dar pena vê-lo relegado a um papel tão secundário quanto irrelevante na pele de Alfred, o mordomo de Bruce Wayne que nada acrescenta a um filme que já não tem muitas virtudes.
Michael Shannon, em “Homem de Aço” e “Batman vs Superman”
Shannon, indicado ao Oscar de ator coadjuvante por “Foi Apenas um Sonho”, é um talento que ainda não foi plenamente aproveitado em Hollywood. Com sua feição peculiar, pode ser visto em um punhado de filmes independentes e algumas participações menores em grandes produções. Pena que duas dessas participações foram como o General Zod, personagem das histórias do Superman que, a exemplo de outros tantos, foi subaproveitado nas adaptações cinematográficas. Shannon não é lá muito fã dos filmes. Sobre “Batman vs Superman” chegou a dizer que só tentou assistir uma vez - e acabou dormindo.
Robert Redford em “Capitão América 2: o Soldado Invernal”
Que triste fim o de Robert Redford. Ator com papéis marcantes no currículo, como em “Golpe de Mestre”, “Butch Cassidy” e “Todos os Homens do Presidente”. Diretor talentoso, produtor bem-sucedido e criador do Festival de Sundance, principal evento do cinema independente nos Estados Unidos. Entre poucas aparições como ator nos últimos anos, escolheu justamente aparecer como um agente da Shield no amontoado de personagens da saga do Capitão América.
James Franco, em “Homem Aranha” , “Homem Aranha 2” e “Homem Aranha 3”
Em entrevista ao The Hollywood Reporter em março deste ano, Franco, sem citar nomes, insinuou que não gostou da franquia dirigida por Sam Raimi. “Trabalhei duro, mas não eram filmes dos quais eu gostava. Me senti terrível quando foram lançados. (...) Ao fazer esses filmes, percebi:“nunca mais tome decisões baseado na carreira ou no que as outras pessoas te dizem”. Ele estava certo. Harry Osborn, o novo Duende Verde, foi seu primeiro papel em uma produção do gênero, mas não deixou nenhuma marca.
Tilda Swinton, em “Dr Estranho”
Ao ser escalada para viver o Ancião, a britânica, ganhadora do Oscar de atriz coadjuvante por “Conduta de Risco”, enfrentou duas polêmicas: a de gênero e a do tal enbranquecimento do cinema. O personagem original, mentor do Dr. Estranho, é um feiticeiro tibetano. No filme, é encarnado por uma mulher ocidental. Tilda, versátil a toda prova, está acostumada a assumir papéis de gênero não definido e criaturas fantásticas, como bruxas, vampiros e anjos (foi Gabriel em “Constantine”). Mas toda essa bagagem foi subaproveitada.
Ben Kingsley , em “Homem de Ferro 3”
O grande problema da passagem de Ben Kingsley no terceiro filme solo de Tony Stark não tem a ver com roteiro, desenvolvimento ou, numa aposta quase impossível, de atuação caricata. Kingsley, outro ganhador da estatueta mais disputada de Hollywood (por “Gandhi”) interpreta o supervilão Mandarim com maestria, só que a aparição foi muito rápida. O ator britânico, assim como o Mandarim, de aparições sempre notáveis nos quadrinhos, mereciam mais tempo nas telas.
Samuel L. Jackson, em “Homem de Ferro 2 “, “Capitão América: O Primeiro Vingador”, “The Avengers: Os Vingadores”, “Capitão América 2: O Soldado Invernal” e “Vingadores: Era de Ultron”
Ele está nos filmes do universo dos Vingadores desde o início da década, mas seu Nick Fury tem sido tão mal desenvolvido que não fez falta nem em “A Guerra Civil”, um dos filmes mais aguardados pelos fãs de quadrinhos e no qual ele integraria o exército que estaria ao lado do Capitão América.
Michael Caine, em “Batman Begins”, “Batman: O Cavaleiro das Trevas” e “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”
Caine, oscarizado duas vezes, é parceiro de Christopher Nolan, o diretor. Além da trilogia do Homem Morcego, fizeram mais três filmes juntos: “O Grande Truque”, “A Origem” e “Interestelar” e a vontade da dupla era fazer com que Alfred fosse mais do que um mordomo: Caine seria uma figura paterna fortíssima para Bruce Wayne. As cenas entre o ator veterano e Christian Bale são boas e vão nessa direção, mas não conseguem trazer mais camadas ao personagem.