(Nota: spoilers de “Rogue One” abaixo. Não caia na tentação do Lado Negro e leia isso se você ainda não viu o filme. Você foi alertado.)
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Darth Vader veio para trazer a dor nos épicos momentos finais de “Rogue One: Uma História Star Wars”.
Antes de dissecarmos a experiência de absorver com seu cérebro toda aquela nova belezura de Vader em “Rogue One” – na qual o domínio que Vader exibe do Lado Negro sem dúvida tem sido repassado de novo e de novo na sua cabeça desde que você deixou o cinema, fazendo você mandar imediatamente uma mensagem para seu melhor amigo e se esforçar ao máximo para não arruinar a surpresa de Vader para todo mundo nas redes sociais – vamos voltar para o momento em que você ficou sabendo que haveria filmes autônomos de “Star Wars”.
Muitos fãs alegremente se deram conta de que qualquer filme que se passasse no passado de “Star Wars” teria a singular possibilidade de nos dar alguma ação envolvendo sabres-de-luz e Darth Vader nova em folha. Era uma aposta arriscada, mas imaginar Darth Vader em seu amedrontador ápice com alguma coreografia moderna e efeitos especiais do século XXI com um sabre-de-luz em sua mão poderia provocar agitação em qualquer fã de “Star Wars”. Honestamente, eu estaria safisfeita com Vader ligando seu sabre-de-luz para conferir a bateria (todos já passamos por isso) ou para fatiar pão.
Mas ao longo da contagem regressiva para a estreia de “Rogue One” nos cinemas fomos lembrados de que esse não era um filme sobre Darth Vader e sua participação seria breve.
Então quando finalmente vimos Darth Vader lá pela metade de “Rogue One” com uma mensagem severa para Orson Krennic (Ben Mendelsohn), faria sentido que você dissesse a si mesmo que essa cena era todo o Vader que receberia.
Essa primeira cena com Vader nos deu bastante. Um novo diálogo de Vader. Observações sarcásticas e rabugentas (um traço do Lado Negro). Esganamentos com a Força. Uma olhada em Vader fora de sua armadura negra banhando-se em um tubo de gosma líquida que foi provavelmente desenhado para ajudá-lo com as queimaduras que sofreu em sua batalha com Obi-Wan no Episódio III. Um lembrete de que o lord sith, apesar de ser todo poderoso, está sempre sob constante dor, e não apenas da variedade coração-partido. Chegamos até a ver os olhos de Vader enquanto ele está na gosma.
Isso é um monte de novos momentos de Vader e o suficiente para alimentar a fome por mais. Mas, conforme o filme se encaminha para um sombrio ato final, a maior realização de “Rogue One” até o momento é ser bom o suficiente para que você pense consigo mesmo que aquela lasca de Vader seria o bastante.
E ao fim do filme, quando estamos nos dando conta de que a única maneira de os planos da Estrela da Morte chegarem ao rebeldes é que todos os envolvidos façam um sacrifício definitivo, bem, a esse ponto você está lidando com uma cutucada emocional que poucos filmes de “Star Wars” foram capazes de dar. Você está muito envolvido em suas emoções para pedir por mais Vader.
Você acabou de assistir a possivelmente o mais profundo e mais sombrio filme de “Star Wars” até o momento. Você está se dando conta de que “Rogue One” funcionou como um filme só. Você está até debatendo se ele não é melhor que “O Despertar da Força”. Você está em tamanho transe que não está preparado para o que vem a seguir. Você está exatamente onde o diretor de “Rogue One”, Gareth Edwards, queria que estivesse.
Os planos para a Estrela da Morte ainda não estavam nas mãos certas. Ainda havia tempo para uma última tentativa para manter os segredos da Estrela da Morte dentro do Império.
Rebeldes correndo por todos os lados como crianças tentando fazer com que os planos cheguem onde precisam estar? Não se preocupe. Lord Vader vai cuidar disso.
E cuidou.
Presença intimidadora
Embora viéssemos a testemunhar um raro fracasso de Darth Vader, suas tentativas de por as mãos naqueles planos e um fim às esperanças da rebelião foram de tirar o fôlego. Literalmente, pessoas no cinema estavam ofegantes. Por que?
Porque lá estava ele. Darth Vader. Saindo da escuridão e nem uma palavra sendo dita. Apenas sua respiração pesada.
O silêncio de Vader é perfeito. Sua mera presença é intimidadora do suficiente. Não há necessidade de palavras. Por que ele falaria quando cada pessoa na tela e na plateia já pode sentir a emoção que é o caminho final para o Lado Negro: medo?
Qualquer um que tivesse desejado alguma ação inédita com Vader em “Rogue One” se deu conta de que seu desejo estava prestes a ser realizado.
Esse é o momento em que você se dá conta de que ele está prestes a ligar seu sabre-de-luz.
Nunca o som murmurante da morte certa soou tão incrível em um filme. Aquele sabre-de-luz vermelho e brilhante foi a cereja do bolo em um filme que você não estava esperando que chegasse ao Monte Rushmore do cinema de “Star Wars”, mas chegou. Agora você está encomendando posters de “Rogue One” pela internet.
Edwards nos deu não apenas algo que nunca pensamos que veríamos – Vader cortando e atropelando com a força tudo que ficasse no seu caminho – mas algo que nenhum fã de “Star Wars” jamais esquecerá.
Ganhamos Vader em sua forma mais crua e brutal, ainda que por apenas alguns segundos, mas o suficiente para virar uma memória indelével de “Star Wars”, ao lado de “eu sou seu pai”.
“Rogue One” não precisava de Darth Vader para ser um bom filme, mas ver o lord sith em ação como nunca antes cimenta seu status de ter realizado inegável grandeza de “Star Wars”.
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