Destruir o mundo é um exercício de imaginação recorrente no cinema. Ao longo das décadas, praticamente todas as formas possíveis e imagináveis para isso foram exploradas: ataques nucleares, epidemias, zumbis, invasões alienígenas, monstros, furacões, terremotos, asteroides... nos últimos anos, porém, o foco dos filmes catástrofe parece ter mudado. A destruição do planeta não importa mais tanto quanto o mundo interno dos personagens e seus dramas particulares.
“Rua Cloverfield, 10” chega aos cinemas como o mais novo exemplar do que pode-se chamar de “filme catástrofe existencialista”. São aqueles que usam tragédias não como o principal atrativo ao espectador, mas como pano de fundo para a história dos personagens. Dessa linhagem é possível citar “O Impossível”, “O Abrigo”, “ Contágio” e até a última versão do clássico “Godzilla”.
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Como o título indica, “Rua Cloverfield” está relacionado a “Cloverfield – Monstro” (2008), que revitalizou o gênero ao apostar no horror oculto, que não entregava ao espectador do que os personagens estavam fugindo e o que estava causando toda a destruição. Com J.J. Abrams (de “Star Wars – O Despertar da Força”) mais uma vez na produção, o novo filme não é exatamente uma sequência (um “parente próximo”, nas palavras do próprio Abrams). Na verdade, o melhor é deixar que o espectador descubra a relação ao assistir ao filme.
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Leia a matéria completaDirigido pelo estreante Dan Trachtenberg, “Rua Cloverfield, 10” começa com uma garota (Mary Elizabeth Winstead) saindo de casa após uma briga com o namorado. Na estrada, sofre um acidente e acorda presa em um quarto, sob os cuidados de um homem (John Goodman) que diz tê-la salvo de um ataque (nuclear ou extraterrestre) que dizimou a população e contaminou a Terra com radiação. Ou seja, eles não podem sair dali.
Contar mais detalhes sobre a história pode estragar a experiência de assistir ao filme. Basta dizer que quase toda a ação se concentra dentro do abrigo onde estão os personagens e na relação entre eles. E que, assim como os supostos sobreviventes, o espectador também não sabe o que está acontecendo lá fora.
Toda a expectativa em torno de “Rua Cloverfield” se deve a mais uma sacada de marketing de J.J. Abrams, que conseguiu manter o mistério em torno do filme. Sem entregar a relação entre as duas produções, um trailer foi divulgado no início do ano e, desde então, alcançou a proeza de ficar imune a spoilers.
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