Toda vez que uma refilmagem chega aos cinemas, a pergunta que se faz é: por que recontar uma história que já está consagrada e consolidada no imaginário do público? Apresentar às novas gerações? Atualizá-la para os novos tempos? Simplesmente ganhar dinheiro? No caso de “Sete Homens e um Destino”, a pergunta vem em dobro, já que se trata de um remake do remake. E, acredite, existem boas razões para o filme existir e ser assistido.
“Sete Homens e um Destino”, o western original de 1960, já nasceu clássico. Dirigido por John Sturges, reuniu um dream team da época como um grupo de renegados que defende um vilarejo mexicano de um bandido cruel. Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, James Colburn e Eli Wallach compunham o elenco. Só não era uma história tão original: na verdade, tratava-se de uma adaptação do clássico japonês “Os Sete Samurais” (1954), de Akira Kurosawa.
Se já temos um clássico que nasceu a partir de outro clássico, por que em pleno 2016 o mundo precisaria de uma terceira versão? A primeira razão é que o diretor Antoine Fuqua (de “Dia de Treinamento” e “Nocaute”) não quis simplesmente contar a mesma história usando recursos atuais. Pode-se dizer que há um pouco de justiça histórica no novo filme.
Na pesquisa que fizemos, vimos que o Velho Oeste era muito diversificado. Qualquer um que conhece o Oeste sabe que as pessoas vieram de todo lugar – irlandeses, alemães, chineses, negros. Os nativos obviamente já estavam lá, mas era uma mistura do que é hoje, muito mais do que nos westerns aos quais eu cresci assistindo
No geral, os westerns foram um território dominado por homens brancos, muitas vezes lutando contra indígenas. No novo “Sete Homens e um Destino”, o líder do bando é um negro, vivido por Denzel Washington. Entre os outros seis há um mexicano (Manuel Garcia-Rulfo), um oriental (Byung-hun Lee) e um índio (Martin Sensmeier). Completam o grupo Chris Pratt, Ethan Hawke e Vincent D’Onofrio, que, contratados por uma mulher (Haley Bennett, que também pega em armas), combatem o vilão Bartholomeu Bogue (Peter Sarsgaard).
“Na pesquisa que fizemos, vimos que o Velho Oeste era muito diversificado. Qualquer um que conhece o Oeste sabe que as pessoas vieram de todo lugar – irlandeses, alemães, chineses, negros. Os nativos obviamente já estavam lá, mas era uma mistura do que é hoje, muito mais do que nos westerns aos quais eu cresci assistindo”, afirmou o diretor em entrevista ao jornal The Denver Post.
A segunda razão para ver o novo “Sete Homens e um Destino” é que o cineasta faz uma homenagem honesta ao gênero que no Brasil ficou conhecido como faroeste ou bangue-bangue. Não da forma pretensiosa como faz Quentin Tarantino, com seus maneirismos e diálogos intermináveis. Fuqua narra a história de forma simplista e evocando todos os clichês que marcaram o western: duelos, balas que não acabam, brigas no saloon e tudo mais. Até a cidade cenográfica construída no deserto segue os moldes clássicos.
A crítica americana já disparou esperadas críticas negativas, comparando com o filme de 1960, que dificilmente seria superado. Mas em tempos de overdose de remakes, aquele que não se limita a ser apenas uma cópia barata já está dando um passo a frente. GGG
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