“As Sufragistas”, que estreia nesta quinta (3) no Espaço Itaú, narra bem uma história capaz de sensibilizar o público para uma causa de um século atrás. Porém, bastante atual para as mulheres da Arábia Saudita, que apenas recentemente começaram a votar.
A trajetória do grupo de mulheres britânicas que lutou desde o fim do século 19 pelo direito de voto, conquistado em equiparação com os homens em 1928 (no Brasil, em 1932) é contada no filme por um recorte que remonta a 1912, antes da Primeira Guerra Mundial.
A escolha foi por centrar a narrativa numa personagem ficcional da classe trabalhadora, Maud Watts, vivida pela atriz Carey Mulligan.
Maud nasceu dentro da lavanderia onde trabalha, tem 24 anos e um filho de 4, idade próxima à que ela tinha quando sua mãe, também lavadeira, morreu num acidente com a caldeira da firma.
Maud é esforçada, subiu no emprego e tem boa relação com o marido, com quem vive numa pequena casa num bairro operário – Londres era um formigueiro, o polo do mundo na época.
Ao sair para uma entrega no Centro, num fim de tarde, entra em choque por presenciar o início da fase violenta dos protestos pelo sufrágio feminino.
Aos poucos, ela começa a cotejar o discurso do grupo politicamente assertivo com suas convicções em formação.
A velocidade de sua “conversão” é vertiginosa, e profundamente marcada por sua história pessoal. Seu envolvimento com as sufragistas também irá marcar sua família para sempre.
A firmeza que a personagem descobre em si confere bastante realismo a essa transformação, ao invés de descambar para um puro melodrama.
Os confrontos com a polícia – e com a justiça – ocorrem desde o início do filme, numa escalada que faz temer o que a direção de Sarah Gavron reservará para a parte final.
Não será spoiler contar um fato real, entre tantos incluídos no roteiro: a morte de Emily Wilding Davison, que invadiu uma pista de corridas e foi atropelada pelo cavalo do rei George 5.º.
Depois do acidente, 6 mil mulheres saíram às ruas em seu cortejo, no que é considerada a primeira grande passeata pelo voto feminino da história.
Violência
Apesar de apresentar também as lideranças aristocráticas do movimento, como Emmeline Pankhurst (Meryl Streep), o filme foi criticado por evitar questionamentos históricos, como, por exemplo, se a guinada para a prática de atos violentos apressou ou atrasou a conquista do voto.
Com “puxadinhos” no Orçamento, governo Lula legaliza fracasso do arcabouço fiscal
Alexandre de Moraes procurou presidente do Banco Central para pedir pelo Banco Master
Campanha da Havaianas com Fernanda Torres leva chinelada de políticos e consumidores de direita
Próximo alvo? As semelhanças e diferenças nas ofensivas de Trump contra Maduro e Petro