Alguns diretores contemporâneos já deixaram o patamar de cineastas para se tornar uma marca. Nomes como Quentin Tarantino, Pedro Almodóvar e Woody Allen, por exemplo, são suficientes para gerar comoção apenas ao serem mencionados, independente se seus filmes venham a ser bons ou ruins. Resultado de um estilo que souberam imprimir, facilmente identificável e adorado pelos fãs.
Tim Burton é outro que faz parte desse time. Desde “Beetlejuice – Os Fantasmas se Divertem” (1988), filme que o alçou à fama, o diretor americano conquistou um sem número de admiradores
Diretor diz que não subverteu original
Ao assumir o mundo de Tim Burton, o diretor James Bobin diz que não subverteu, tampouco comprometeu a obra original
Leia a matéria completaSão espectadores apaixonados por seu universo único, situado entre a fantasia e o surrealismo, povoado por personagens excêntricos e que transita pelo infantil até o limiar do horror. Justiça seja feita, é um mundo só dele.
Em 2010, Burton adaptou para as telas “Alice no País das Maravilhas”, a obra clássica de Lewis Carroll que, por seu conteúdo fabuloso, só poderia mesmo ter a direção dele. O resultado final acabou ficando no meio do caminho, satisfazendo alguns, decepcionando outros, mas sem se consagrar como o filme imaginativo que poderia ter sido. Ossos do ofício.
“Alice Através do Espelho”, “Indiana Jones” e os chapéus mais famosos do cinema
Na semana da estreia do longa, conheça outros ornamentos que deixariam qualquer chapeleiro louco
Leia a matéria completaSeis anos depois, Burton deu sequência à adaptação da obra de Lewis Carroll e levou para o cinema “Alice Através do Espelho”, que chega às telas nesta semana cercado de expectativa (veja as salas e horários das sessões) . Até porque, dessa vez, o americano abriu mão da direção, entregando-a a um quase novato, James Bobin, que tem em seu currículo produções para a TV e dois filmes dos Muppets. Burton entrou apenas como produtor, o que já é suficiente para imprimir sua marca no novo filme.
Adaptação
“Alice Através do Espelho” não é uma adaptação fiel do livro, no qual a protagonista supera desafios como em um jogo de xadrez. O filme se apropria dos personagens originais para criar uma narrativa à parte.
“Alice” retoma os mesmos personagens e atores do primeiro filme. Após anos navegando pelos mares do Oriente, Alice (Mia Wasikowska) volta para casa e se vê obrigada a se desfazer do navio do pai. Decepcionada, encontra um espelho que a leva de volta para a terra fantástica onde vivem o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), a rainha Mirana (Anne Hathaway) e as outras criaturas com as quais havia feito amizade.
Sua missão é tentar salvar o Chapeleiro, triste e adoecido após descobrir que a família, dada como morta, pode estar viva. Para isso, Alice deve voltar no tempo, enfrentando o próprio Tempo (vivido por Sacha Baron Cohen) e a malvada Iracebeth (Helena Bonhan Carter). No visual, “Alice Através do Espelho” e seus efeitos especiais são encantadores. Mas falta Tim Burton na narrativa. Sem muita sagacidade, torna-se apenas mais uma aventura juvenil.
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