Ator está em “Pixels”, filme que continua em cartaz em Curitiba.| Foto: Mike Coppola /Getty Images

Peter Dinklage já tinha passado dos 40 anos e estava longe de ser um grande sucesso como ator. “Todos os dias, pensava que essa profissão poderia não dar certo”, contou ele, no restaurante de um hotel em Cancún, no México, onde era realizado o Summer of Sony – evento criado pela major para apresentar os lançamentos do ano. Embora tenha mantido trabalhos consistentes, mesmo não em grande escala, desde o independente e elogiado “O Agente da Estação (2003)”, Dinklage encarava diariamente o questionamento de qual seria o próximo passo. Ao ingressar na série “Game of Thrones”, atual grande sucesso da tevê por assinatura mundial, como o instigante personagem Tyrion Lannister, a vida de Dinklage mudou. Para melhor, obviamente, ele garante.

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Mas a entrevista não foi realizada num tom de um personagem (Dinklage) que supera as dificuldades e encontra o sucesso – por mais que a música ambiente, tema dos filmes do James Bond, criasse uma trilha de aventura e suspense.

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Dinklage se mostra, pelo contrário, um sujeito com os dois pés firmes na realidade. “Eles [assessores e produtores] não me deixam pegar uma água sozinho”, desabafa, durante um dia inteiro de encontros com a imprensa, em um luxuoso hotel na beira do mar do Caribe. Derruba uma garrafa d’água, pede desculpas e limpa a própria bagunça.

Ele fala mais da filha do que se permite. Tenta se policiar e garante que, se não fossem os três jornalistas diante dele, continuaria o assunto sobre a pequena Zelig por muito tempo. “Eu preciso parar de falar dela neste momento, gente, sinto muito”, diz, quando é questionado se já imagina a possibilidade de ela seguir a carreira do pai.

Durante as filmagens de “Pixels”, o mais novo longa-metragem estrelado por ele ao lado de Adam Sandler, Josh Gab, Kevin James e Michelle Monaghan, por exemplo, Dinklage teve a oportunidade de levar Zelig consigo em algumas cenas.

Infelizmente, a garotinha não pareceu muito interessada em assistir ao pai empunhando armas de laser “de mentirinha”, atirando contra o vazio – os alienígenas foram acrescentados depois. A ideia de uma batalha ainda gerou questionamentos da pequena. “Ela me perguntou: ‘Papai, você me disse que brigar é ruim. Por que você está brigando?’. E tentei explicar que só fingíamos estar brigando. Ela me disse, então: ‘Posso fingir que estou brigando com você?’.”

Do sério Tyrion Lannister, Dinklage parece ter o mesmo humor ácido, algumas vezes autodepreciativo. “Qual personagem de videogame eu combateria caso a história de Pixels fosse real? Acho que alguma princesa, no máximo”, brinca. Outras vezes, exibe o mesmo sarcasmo do personagem de “Game of Thrones”: “Uau, essa pergunta eu não respondi ainda.”

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Ele garante, contudo, que tenta fugir o máximo do personagem da série inspirada nos livros de George R.R. Martin. Em 2014, interpretou o cientista bigodudo Dr. Bolivar Trask no filme de super-heróis “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”. Em Pixels, é Eddie, um gamer metido a valentão, que derrotou o personagem de Adam Sandler na infância e é recrutado quando os aliens invadem o planeta em versões dos jogos oitentistas.

“Recebo diversos roteiros com gênero de fantasia, como ‘Game of Thrones’”, explica ele. “Quando se faz uma série por tantos anos, você não quer voltar para o mesmo gênero.”