Dwayne Johnson está longe de ser um ator brilhante. Não é o próximo Robert De Niro e certamente não aparecerá entre os indicados do próximo Oscar. Mas é talentoso naquilo que se dispõe a fazer. “Um Espião e Meio”, comédia que estreia esta semana nos cinemas, comprova isso. The Rock, como é conhecido, faz rir com o papel que ajudou a consagrá-lo além dos filmes de ação: o grandalhão desajeitado que, por trás da aparência de durão, tem um coração mole.
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Basta observar a sinopse, o trailer e as referências para sacar, mas não custa reforçar: “Um Espião e Meio” não é um filme para quem vai ao cinema em busca de reflexão, um roteiro elaborado e grandes virtudes cinematográficas. É o típico programa para dar uma folga para o cérebro, comprar um pacote de pipoca e se deixar levar pelo riso fácil.
The Rock faz dupla com Kevin Hart, comediante de filmes bocós como “Todo Mundo em Pânico 3” e “Um Voo Muito Louco”. Tudo começa 20 anos antes, no colégio em que Bob (Johnson) e Calvin (Hart) estudam. O primeiro sofre bullying por ser gordo, enquanto o segundo é o aluno mais popular da escola. Passa para os dias atuais, quando Calvin é um contador frustrado e reencontra o antigo colega, agora musculoso e aparentemente bem-sucedido. Logo, Bob se revela um espião e os dois passam a ser perseguidos pela CIA.
A fórmula seguida por “Um Espião e Meio” é mais do que manjada. Enquanto Kevin Hart faz o tipo histriônico e abusa das piadas com negros, Johnson faz o tipo caricato já visto em “O Fada do Dente” e “Treinando o Papai”, entre outros. E, por mais batido e previsível que seja, acaba funcionando.
Grande parte dos méritos por isso é de The Rock. É inegável o carisma que tem o ator, cuja carreira lembra a de um astro na década de 80: Arnold Schwarzenegger, que após se consagrar distribuindo tiros e socos, descobriu uma veia cômica. A diferença é que Dwayne Johnson se tocou disso mais cedo e logo percebeu que nem sempre o cinema precisa ser levado tão a sério.
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