E lá se vão 15 anos desde que o lançamento do primeiro filme dos X-Men (2000) inaugurou uma onda de adaptações de histórias em quadrinhos que segue monopolizando as bilheterias e as atenções dos grandes estúdios desde então. Seria de se esperar que a fórmula e a atenção dos espectadores se desgastassem nesse tempo. Mas Os Vingadores 2: A Era de Ultron mostra que esse universo ainda tem muito a oferecer, inclusive para os “não iniciados” nas tramas de super-heróis.
Os Vingadores 2 não tem medo de se assumir como um filme 100% pipoca, produzido para atingir o maior público possível, sem arriscar em ousadias narrativas e sem fugir da fórmula que tem consagrado a maior parte dos filmes da Marvel Studios até então. E, para o que se propõe, é um ótimo filme. Divertido, movimentado, engraçado e, por muitas vezes, simplista. Um autêntico blockbuster hollywoodiano, pois.
Terceiro
Os Vingadores(2012) se tornou o terceiro filme mais lucrativo de todos os tempos, atrás apenas de Avatar(2009) e Titanic (1997). A expectativa é de que A Era de Ultron, que custou US$ 250 milhões, supere o US$ 1,5 bilhão que o antecessor fez nas bilheterias do mundo todo.
Não por acaso, o roteiro foge da armadilha de fazer referências a todo instante às demais produções do universo compartilhado da Marvel nos cinemas – o que gerou críticas de alguns fãs mais xiitas. É possível assistir à Era de Ultron sem ter conhecimento dos filmes que vieram antes ou que virão depois, embora, logicamente, o entendimento seja maior para aqueles que já acompanham as histórias.
E sem ter que, como no primeiro filme da equipe, reapresentar os heróis, a produção se preocupa desde o primeiro instante em ir direto ao ponto, em cenas de ação barulhentas intercaladas com diálogos afiados que mostram a interação entre os personagens e servem de alívio cômico. A dinâmica entre os heróis, aliás, é o ponto alto de Os Vingadores 2 – cada personagem, mesmo os secundários, como a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro, possuem seu espaço e importância na trama. Para os fãs, um prêmio adicional é ver os heróis interagindo no “campo de batalha”, com golpes conjuntos que parecem saídos diretamente das páginas das histórias em quadrinhos.
A Era de Ultron, obviamente, tem seus excessos e equívocos, como a sequência final que envolve uma cidade inteira voando (desculpe o spoiler) e um típico vilão maniqueísta que certamente é o personagem mais “apagado” na trama. Também é curioso que o estúdio, em uma tentativa de aumentar o hype em cima da obra, tenha largado nos trailers quase sequências inteiras que poderiam surpreender se vistas somente na tela grande. Mesmo assim, só não será o campeão de bilheteria do ano porque há uns sujeitos com sabres de luz vindo por aí...