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O incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira no começo de fevereiro destruiu 731 de seus 44 mil títulos, informou a instituição em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo neste sábado (9).

Ao todo, o acidente em um dos quatro depósitos do galpão na parte de trás do terreno na Vila Clementino, bairro da zona sul paulistana, deu fim a mil rolos antigos, entre cinejornais com cenas do noticiário político e curtas-metragens – longas não foram afetados.

Dos títulos carbonizados, a maioria (461, ou 63%) possui cópias de segurança em outros suportes, número inferior à estimativa de 80% informada pelo Ministério da Cultura no início do ano. Os 270 restantes se perderam.

Os rolos eram feitos de nitrato de celulose, substância inflamável usada em películas cinematográficas até os anos 1950. Devido ao constante perigo de incêndio – a Cinemateca também pegou fogo em 1957, 1969 e 1982 –, o material era mantido isolado do resto do acervo, em um prédio sem rede elétrica, no qual as paredes não encostam no teto para evitar que eventuais chamas se alastrem.

No quarto incidente, na manhã de 3 de fevereiro, oito carros do Corpo de Bombeiros controlaram as chamas em cerca de meia hora, uma ação que envolveu 12 homens.

“Foi uma perda grande, porque se recomenda que sejam guardadas as matrizes de todos os filmes”, disse na época Pola Ribeiro, secretário do Audiovisual, área do Ministério da Cultura responsável pela Cinemateca. “É muito doloroso, muito chato, mas não fomos pegos de calças curtas.”

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