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Branca de Neve e os Sete Anões: obra de Walt Disney que representa o apogeu da animação em 2D | Fotos: Divulgação
Branca de Neve e os Sete Anões: obra de Walt Disney que representa o apogeu da animação em 2D| Foto: Fotos: Divulgação
  • A bruxa: personagem que assusta e impressiona até hoje
  • Disney (à dir.): começo de seu império foi com Branca de Neve e os Sete Anões

Los Angeles - Ela foi a primeira princesa da Disney, iniciando há 70 anos linhagem das princesas que chega agora, oito animações depois, a A Prin­cesa e o Sapo. Este marca o retorno do estúdio Disney à animação em 2D, duas dimensões, restaurando um esplendor da tradição que teve seu primeiro apogeu justamente com Branca de Neve e os Sete Anões. Vencedor de um Oscar especial da Academia de Holly­wood em 1939, a animação virou o carro-chefe do estúdio de Walt Disney. Na época, ele já havia criado Mickey Mouse e Donald Duck, mas Branca de Neve foi o verdadeiro começo de tudo.

O filme também foi o primeiro a ter uma campanha de marketing integrada. Sete anos mais tarde, em 1946, o desenho teve relançamento nos cinemas e, desde então, isso ocorreu regularmente, não apenas com essa princesa, mas com todos os desenhos longos do estúdio.

Branca de Neve ganha agora uma edição especial em DVD. O disco duplo tem horas de extras, in­­­cluindo uma visita virtual ao Hyperion, o primeiro estúdio de Disney, no qual o filme foi feito, utilizando um dispositivo especialmente criado para isso, a câmera multiplano.

Você volta a ser criança ao trans­­por o portão do estúdio em Burbank, na Califórnia. Nada mais impressionante do que o primeiro prédio, à direita, o chamado Team Building, que abriga a administração e leva este nome justamente por celebrar o espírito de equipe. O prédio tem o formato de frontispício de templo grego. Seis anões sustentam, como colunas, o prédio e, acima de todos eles, está Dun­­ga. Há algo de metafórico nes­­sa construção, um reconhecimento de que o império Disney começa com Branca de Neve.

O tour pelo estúdio inclui uma visita à lendária câmera multiplanos. São várias camadas e, em cada uma delas, eram dispostos os diversos acetatos que, combinados, fariam a construção geral da cena, desde o fundo até o primeiro plano.

Um técnico mostra como isso ocorria. O último acetato, o mais baixo, traz o desenho da floresta. Depois, sucessivamente, até o primeiro, aparecem os outros elementos que compõem a imagem. Das árvores sombrias até os pássaros, passando pela expressão de pavor da princesa ameaçada pelo caçador.

Um historiador do próprio estúdio esclarece que, naquela época, Disney não era sinônimo de diversão familiar. Isso veio somente mais tarde, nos anos 50, quando o estúdio diversificou sua linha de produção para incorporar a nova mídia, a TV.

A visita ao estúdio inclui um encontro com John Lasseter, da Pixar, o homem responsável pela consolidação da animação computadorizada – e, agora, pelo 3D. Para Lasseter, Branca de Neve é "uma obra de arte e uma fonte de eterna inspiração".

Mas por que voltar ao 2D? "É o desejo secreto de todo animador. Desenhar à mão é difícil e todos sonhamos, no fundo, nos colocar à prova. E existe a questão da imagem – quem vê Branca de Neve percebe toda a beleza e complexidade da tessitura do desenho e da cor. Em A Princesa e o Sapo, personagens como o Alligator (o Crocodilo) não conseguiriam ser tão detalhados se não fossem desenhados à mão", diz Lasseter.

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