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George Clooney é quase um sócio do Festival de Veneza. Quatro anos depois de um homem ter invadido sua coletiva nu e dois anos após abrir o evento com seu "Tudo pelo Poder", o galã retorna ao Lido para apresentar "Gravidade" junto da atriz -e uma de suas melhores amigas- Sandra Bullock e do diretor mexicano Alfonso Cuarón ("Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban").

A mistura épica de ficção científica e drama familiar foi exibida pela primeira vez nesta quarta (28) e arrancou aplausos da imprensa mundial. Clooney interpreta Matt Kowalsky, um astronauta veterano em sua última missão no espaço, enquanto Bullock vive uma cientista estreando fora da Terra. Os dois têm a missão de consertar uma falha no telescópio Hubble, algo corriqueiro para funcionários da NASA, mas acabam enfrentando problemas. "Apesar de ficar sozinho no espaço no filme, nunca me senti assim nas filmagens. Eu sempre estava cercado por 500 pessoas", contou George Clooney, que, ao contrário da amiga Sandra, não teve nenhum treinamento especial para lidar com cabos ligados ao corpo ou movimentos lentos em gravidade zero. "Minha preparação foi basicamente beber durante o filme todo. Sandy que teve o trabalho duro. Ela precisava se movimentar de forma devagar, mas fazer isso e falar normalmente é muito difícil. Eu nunca conseguiria." O "rei de Veneza" não teve ninguém nu posando à sua frente na primeira entrevista de lançamento de "Gravidade", mas não livrou-se das costumeiras perguntas constrangedoras. A primeira veio quando o questionaram sobre a situação política da Síria. "Eu não sei o que dizer sobre isso neste momento. Pensei que iam me perguntar sobre Ben Affleck como Batman e não me preparei para essa pergunta", brincou o astro, em referência à comentada escolha do colega para o papel do homem-morcego na sequência de "Homem de Aço" ("Batman vs. Superman"). A segunda foi sobre como enfrenta situações adversas, já que seu personagem confronta o perigo fazendo piadas e contando histórias. "Eu costumo me meter em situações que são mais perigosas do que eu imaginava. Quando isso acontece, digo para mim mesmo que não posso agir como uma criança chorona. Gosto de adversidades, acho que é assim que as personalidades são testadas", disse o ator, que só ficou mais sério quando confirmou ter ajudado a financiar um satélite apontado para o Sudão. "Precisamos manter um olho nas atrocidades feitas naquele país e denunciá-las. Claro que eles agora estão fazendo isso à noite, então precisarei equipar o satélite com uma câmera infravermelha." Astronautas e ioga Sandra Bulllock foi quem enfrentou as piores situações em "Gravidade". Para compor sua cientista pela primeira vez no espaço, a atriz passou meses encontrando astronautas da estação internacional, aumentou a ioga, utilizou seus dons para a dança e ainda interpretou por boa parte do longa amarrada a 22 cabos de aço. "Não sou ótima em nenhuma habilidade", afirmou a ganhadora do Oscar em 2010 por "Um Sonho Possível". "Mas tenho conhecimento moderado sobre várias, então sei dançar e cantar. Elas me ajudaram no filme. Tinha horas que ficava tão sozinha dentro de uma caixa [uma máquina criada por Cuarón para simular uma capsula de escape] que ouvir a voz de George me acalmava." As dificuldades técnicas de "Gravidade" não elevaram os custos do longa, US$ 80 milhões --um valor considerável, mas só possível de ser alcançado porque Angelina Jolie e Robert Downey Jr. desistiram dos papéis. É fácil de entender o porquê. Clooney e Bullock ficam 90% do filme por trás dos uniformes e capacetes de astronautas, e as sequências mais espetaculares do ano no cinema precisaram de cinco anos para serem desenhadas e arquitetadas pelo diretor mexicano e pelo seu filho Jonás, com quem escreveu o roteiro. "Íamos fazer o longa em 2008, quando a crise econômica bateu forte na produção e adiamos a produção", contou Cuarón, que orquestrou uma abertura em plano-sequência (sem cortes) de 17 minutos. "O grande desafio era fazer todo mundo se acostumar com um ambiente sem gravidade, com a reação diferente da qual estamos acostumados na Terra. Tomamos algumas liberdades, mas tentamos ser o mais precisos possíveis." Lixo no espaço Em "Gravidade", a destruição mal realizada de um velho satélite por um míssil russo causa uma reação em cadeia que joga toneladas de entulhos em alta velocidade na órbita terrestre. Os detritos atingem o ônibus espacial Explorer, causando a morte dos tripulantes e deixando Kowalsky e a médica Ryan Stone à deriva no espaço. Quase sem oxigênio, a dupla precisa alcançar a estação internacional antes da volta da sucata morta -que leva 90 minutos para dar a volta na Terra. Usando essa premissa básica e o drama da personagem de Bullock, que perdeu uma filha antes da missão, Alfonso Cuarón cria um "tour de force" tenso e espetacular que não apenas vira favorito a todos os Oscar técnicos (a categoria de efeitos visuais é uma barbada) como torna-se no único grande filme-evento de 2013 a não decepcionar. O longa está programado para estrear no Brasil em 11 de outubro.

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