O lançamento mundial do filme "O Código Da Vinci", marcado para a segunda quinzena de maio, começa a preocupar a Igreja Católica. Nesta quarta-feira, ao transmitir a mensagem de Páscoa aos fiéis brasileiros, o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e arcebispo primaz do Brasil, dom Geraldo Majella Agnelo, condenou a mensagem contida no filme, baseado no campeão de vendas escrito por Dan Brown, e recomendou aos católicos que não assistam ou estejam alertas ao fato de se tratar de uma ficção.
- Não devemos esquecer que essa obra não retrata a história de Jesus, nem da Igreja. O que é fantasia deve ser entendido como fantasia. A obra apresenta uma imagem distorcida de Jesus. É lamentável que se ponha a versar de maneira leviana e desrespeitosa sobre convicções tão sagradas para os cristãos - disse ele.
Segundo dom Geraldo, todos os anos, em períodos importantes para os religiosos como a Semana Santa e o Natal, surgem fatos que visam a desmerecer a Igreja, jogar dúvidas sobre as convicções de quem crê no Cristo e enfraquecer a fé. Ele excetua o polêmico filme "A Paixão de Cristo", do diretor católico tradicionalista Mel Gibson, lançado há dois anos, neste mesmo período, que, diferentemente de "O Código Da Vinci", a Igreja recomendou aos seus seguidores.
Indagado sobre como devem se portar os católicos, ele respondeu:
- Dever assistir, não devem, ninguém é obrigado a ver nada que não queira. Nós também não vamos proibir, nem temos o desejo de proibir. Recomendamos apenas que quem for vê-lo, primeiro se informe bem - diz observando que existe "muita religiosidade e pouca profundidade de conhecimento", o que é preocupante porque muitas pessoas são induzidas a dúvida sobre verdades da fé pregada pela Igreja desde a sua origem.