Entrar numa casa decorada com retratos espalhados pelas paredes é algo no mínimo interessante. Sejam de pessoas próximas (que suscitam memórias e lembranças de momentos passados) ou de ilustres desconhecidos (que despertam a curiosidade em relação aos motivos que o levaram a ganhar destaque especial), não há quem não se renda ao ímpeto de parar diante das fotografias e observá-las, nem que seja por alguns breves instantes de tempo.
Sensação semelhante terá o visitante do Museu de Arte Contemporânea (MAC) a partir de hoje, com a inauguração da exposição Retratos, do casal de artistas plásticos Paolo Ridolfi e Cristina Agostinho, de Maringá, que reúne, ao todo, mais de 50 retratos, trabalhados a partir de suportes bastante diversos.
Com inspirações parecidas ambos trabalham com fotografia de moda, daí a paixão pelo retrato , os dois artistas apresentam nas salas do MAC os resultados pessoais de uma busca por suas identidades, questão que, segundo eles, move a maioria maciça das pessoas que se dedicam a qualquer tipo de arte. "Os artistas estão sempre buscando se entender e compreender o mundo à sua volta", explica Cristina.
Portuguesa radicada em Maringá, Cristina é graduada na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, além de ter cursado moda. A união das referências resultou na utilização de tecidos como suportes para seus retratos. "Comecei pintando uma série de auto-retratos em óleo sobre tela. Após o curso de moda, trabalhei com instalações de vestidos e passei a fazer os retratos com bordados e em tecidos como o linho. Hoje, encontrei no voil (tipo de tecido levemente transparente, comumente utilizado na confecção de cortinas) uma maneira de brincar com a tridimensionalidade do desenho e suas linhas", conta.
Inspiração
O trabalho de Cristina acabou "contaminando" o marido, que resolveu aplicar suas influências de pop art na pintura de retratos, utilizando massa e tinta. "Fui influenciado pela Cristina e pelo resultado de viagens que fiz pela Itália e pela França. Lá, toda casa mais antiga possui uma sala de retratos de família. Quis trabalhar a pintura de retratos, muito comum antes da invenção da fotografia, resgatando a pintura de cavalete, que quase ninguém mais faz hoje em dia", explica Paolo.
E quem são os retratados? No caso das 26 obras de Cristina presentes na exposição, pessoas de seu convívio de membros de sua família, a amigos mais próximos. Já Paolo reuniu cerca de 30 retratos de "afetos e desafetos", como ele gosta de chamar os rostos que pintou.
Acervo do MAC
Também hoje, o Mac inaugura a exposição O Espaço Inventado, que reúne instalações do acervo do museu, reunidas pelo curador Fabrício Vaz Nunes.
O projeto, que propõe a revitalização das obras do acervo, irá promover, até o fim do ano, quatro exposições, em que pessoas não ligadas ao museu são convidadas a selecionar obras a partir de temáticas distintas.
"O enfoque que segui propõe uma discussão quanto à definição de instalação. Trata-se de um termo que não se refere a uma técnica específica. É um meio pelo qual os artistas conseguem se expressar fora das definições tradicionais", explica Nunes, que reuniu cerca de 20 trabalhos de artistas como Eliane Prolik, Renata Pedrosa, Rogério Ghomes e Marlon Azambuja, entre outros.
Serviço: Retratos, de Cristina Agostinho e Paolo Ridolfi, O Espaço Inventado Instalações do Acervo. Museu de Arte Contemporânea (R. Des. Westphalen, 16), (41) 3323-5337. De terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas. Sábados, domingos e feriados, das 10 às 16 horas. Entrada franca. Até 1.º de outubro.
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