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Como seria a presença dos atores neste cenário | Divulgação/Soraya Sugayama
Como seria a presença dos atores neste cenário| Foto: Divulgação/Soraya Sugayama

São Paulo – Moda. Luxo ou lixo? "Depende. Já fiz show de pijama e já dormi de vestido de baile." Sentencia ninguém menos do que Rita Lee. A própria, que vem, com o perdão do trocadilho, inventando moda há décadas. Rita foi modelo nos anos 60, revolucionou a música brasileira com os Mutantes nos 70, virou ícone de comportamento nas décadas seguintes e, neste ano, completa 60 anos de vida (nasceu em 31 de dezembro de 1947) e 40 de carreira. Para comemorar, uma homenagem à altura.

O estilista Amir Slama, gênio criativo da Rosa Chá, dedica uma coleção à cantora para quem fazer moda é fazer rock. E vice-versa. Mais do que um tributo dedicado à eterna roqueira, esta é uma coleção também criada por Rita. "Vejo como uma homenagem chique para vestir os meus 40 anos de estrada. Amir foi até minha casa e falou sobre a idéia de usar facetas da minha vida para sua coleção. E meu ego adorou", conta Ritz (como é chamada pelos amigos), que para este ano comemorativo também prepara nova turnê.

O estilista começou a trabalhar a coleção em agosto, mas, na época, não tinha ainda pensado na cantora para ser "a cara" do inverno 2007. "A coleção tinha um conceito muito urbano, mas não tínhamos pensado ainda no conceito rock. Por acaso eu estava ouvindo muito Rita Lee e acabei comprando uma biografia (Rita Lee Mora ao Lado - Biografia Alucinada da Rainha do Rock, de Henrique Bartsch). Ela não saía da minha cabeça. Foi na mesma época em que um amigo a levou para uma das lojas da Rosa Chá, porque ela ia viajar e queria comprar biquínis." Amir ligou para o amigo e pediu para conhecer a cantora. "Queria contar uma história que falasse da relação da Rita com São Paulo e com a história do rock. Eu já a adorava. Depois de conhecê-la, fiquei mais apaixonado. Começamos a conversar sobre as cores e tendências de que ela gostava. Tudo foi tomando corpo. A coleção é toda baseada nas influências da Rita. Tem um pouco de Beatles, de David Bowie, de Tropicalismo, de Mutantes, de discos voadores, sensualidade. Misturei tudo isso", explica Amir, que também usou as referências visuais de uma grande cidade como São Paulo para compor a palheta de cores, que abusa do cinza, dos grafites – e das frases, que são o emblema desta coleção.

Não poderia faltar o uniforme clássico de todo roqueiro: a camiseta. "Camisetas são meu figurino predileto desde que James Dean apareceu. Dei algumas sugestões. Mostrei para Amir algumas camisetas preferidas e, juntos, escolhemos frases, cores e imagens. Sem falta de modéstia, posso dizer que ‘faço moda’ desde a época dos Mutantes. Mas é a equipe da Rosa Chá quem merece o crédito."

O resultado pode ser visto nas vitrines da grife. E também em uma exposição que abre hoje na Fnac da Avenida Paulista, em São Paulo. O nome não poderia ser mais adequado: Rock Urbano Ritz. Além da cantora vestindo a camisa da coleção, a mostra traz figurinos históricos do acervo pessoal de Rita. Imagens e conceitos que marcaram a trajetória da cantora estão nas camisetas. Algumas exibem frases que marcaram sua carreira e, por isso, foram escolhidas por ela. "Eles amam as loucas, mas se casam com as outras", "In my rocket you need no VISA in your pocket" e "A gente faz amor por telepatia" são algumas. Itinerante, a exposição fica em São Paulo até o dia 16. Depois, segue para Curitiba, Goiânia, Fortaleza, João Pessoa e Rio. E, boa vegetariana e apaixonada por animais que é, toda a renda da venda das T-shirts será doada para o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal.

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