Leocir Durdi e a família não perdem a chance de garimpar em feiras de vinis| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Os 7 mil discos foram sendo comprados um a um desde que o metalúrgico Leocir Surdi tinha 18 anos, em 1991. Na verdade, ele tem de admitir que a esposa deu uma forcinha, já que acabou herdando alguns discos do pai, também colecionador. Ele quis aproveitar a 19ª edição da Feira do Vinil chegando ainda pela manhã. E não foi garimpar sozinho, à tiracolo, levou a esposa e os três filhos adolescentes. “Eles aprenderam a gostar, sabem cuidar e também o que está faltando na coleção da família. Então me ajudam a procurar. Para nós é mais do que um hobby, é uma paixão”, conta o fã dos bolachões, que diz conseguir passar até um mês sem comprar discos novos, de vez em quando.

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Confira cinco bolachões imperdíveis da feira do vinil

Tem mais feira

Com 55 expositores de diferentes estados do Brasil, a Feira do Vinil segue até as 18h deste sábado (11), no Canal da Música, com entrada franca. Além do comércio de vinis, a feira promove música ao vivo, gastronomia, oficinas e arte.

Nesta edição, a área externa será ocupada por uma exposição de carros antigos e 10 foodtrucks, além de um viniltruck, que promete trazer títulos raros de São Paulo para Curitiba.

Já no domingo (12) a Feira do Vinil será no Memorial de Curitiba, com 35 expositores entre às 9h e 15h. Às 11h, haverá o show de lançamento do primeiro trabalho em vinil do músico catarinense Tarso Volpato.

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Em casa, uma sala de música foi montada especialmente para abrigar toca-discos e vinis. Leocir conta que tem mais de 20 coleções fechadas, todos os discos da carreira de seus artistas favoritos. E ele não escuta todos, não. Alguns guarda até com o lacre. “Comprei dois discos do Nazareth, por exemplo, um eu escuto e o outro está lacrado e nunca vou abrir, é pra coleção”, conta. De olho no artista, na qualidade e também no estado do disco, o colecionador conta que ao garimpar também leva em conta outros aspectos que influenciam o preço de um disco, como o número de cópias que foram produzidas.

O engenheiro Rômulo Troian em poucos minutos de feira já garantiu três discos para aumentar sua coleção, que soma cerca de 350. “Vou pesquisando, garimpando e já venho com alguns títulos na cabeça, mas a gente sempre acaba se deparando com discos que se identifica na hora”, conta. Ele afirma que realmente escuta seus discos e tenta contagiar quem conhece com o charmoso ato de acionar o toca-discos.

“Quem vai à minha casa e escuta, também acaba gostando. Meus sobrinhos foram me visitar esses dias e ouviram os discos infantis, ensinei a por a agulha e curtiram bastante também”, diz. Rômulo também escuta músicas por meios digitais, mas diz que a experiência é outra. “Você selecionar o disco, tirar da capa, ouvir o lado A inteiro, depois seguir para o lado B, é muito diferente”, conta.

Paixão vira negócio

Rômulo passou de colecionador de vinis à empreendedor, criando a plataforma Luvnyl 
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Mas nem sempre é fácil conseguir os títulos desejados e pensando em facilitar a vida de quem coleciona vinil Rômulo convidou seu primo Lucas Stavistki, e juntos desenvolveram uma ideia de negócio. Depois de estudar o mercado e passar por dois programas de startups, a dupla lançou recentemente a Luvnyl, plataforma que auxilia a gerenciar a coleção e coloca quem quer comprar em contato com quem quer vender. Com menos de três meses no ar, a plataforma já conta com 3 mil usuários e mais de 20 mil atualizações. “Temos 10 mil discos cadastrados, mas mais do que ser um espaço para compra e venda, a Luvnyl é uma rede sociais que conecta quem é apaixonado por vinil, permitindo troca de informações, promoção de encontros e grupos de discussão”, diz. A plataforma luvnyl permite cadastro gratuito como colecionador ou vendedor, e em breve vai funcionar também como e-commerce.

Confira alguns destaques da Feira do Vinil

Garanta o seu

 

Difícil de encontrar, o álbum duplo “Quadrophenia”, do The Who, é raro e ganha destaque entre os discos oferecidos por Adriano Savarin, da tradicional loja curitibana Savarin Music. Sem pechincha sai por R$ 339.

Direto do artista

 

O disco original do Marinho Cartellar custa R$ 750, é da coleção encontrada na casa da própria família do artista, indicação da Fernanda Prozon, do Melomano.

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Chance rara

 

A dica do Nilton Rabello, da paulista Groovenet destaca a caixa comemorativa do Clivillés + Cole, que traz quatro discos de estilo dance music, e também o promocional do Devo, um clássico de new wave, feito para distribuição nas rádios e djs dos EUA.

O proibido vale mais

 

A relíquia da capa proibida e que foi substituída por ser muito polêmica, exemplar dos Beatles “Yesterday and Today”, está saindo por R$ 6.500. A dica é de Mauricio Vilarinho Korber, da Copacabana Records, de Visconde de Mauá, Rio de Janeiro.

Bowie marcou presença

 
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A dupla Roberson Miranda e Vinicius Franch, do Vinil Velho, destaca “Aladdin Sane” de David Bowie, disco que está sendo vendido por R$ 220. Edição de 180 gramas, ela foi lançada na Inglaterra em 1973.

Procurado

 

Uma das últimas aquisições do Luciano Sorrentino, do Vinyl Truck, de São Paulo, é o disco “Donato e seu trio, muito à vontade”, gravado por João Donato em 1962. O disco é um clássico raro, está à venda por R$ 1.800.