Coletivo Atalante promove sarau especial de um ano

Último fim de semana do mês, o drama é o mesmo para boa parcela das pessoas: pouco dinheiro na conta e programas de sábado e domingo limitados. Pensando neste período de pindaíba, Murilo Coelho, do Coletivo Atalante, resolveu começar, junto com o amigo Caetano Pires, um sarau de leitura. A princípio fechado somente para amigos, o projeto cresceu, se tornou aberto a interessados, recebeu o nome de Leitura e Prosa e completa seu aniversário de um ano hoje. A reunião comemorativa terá a participação de ilustradores que irão desenhar durante as leituras, e orientarão para quem quiser se arriscar nos esboços.

Natural de Belém do Pará e morando em Curitiba há quatro anos, Coelho conta que começou a realizar saraus adolescentes aos 15 anos, geralmente no quintal da sua casa. Em Curitiba, continuou o hábito com novos amigos. "Aí o Caetano quis que os encontros se tornassem públicos. No começo, não gostei muito da ideia, achei que poderia atrapalhar, mas eu estava enganado. A abertura só enriqueceu o sarau."

Textos de autores como João Cabral de Melo Neto, T.S. Eliot, Fernando Pessoa e Jorge Luis Borges já passaram pela roda, além de outros de escritores locais. Mas o Leitura e Prosa não determina aos participantes o que deve ser lido, a escolha é espontânea e feita na hora, explica Coelho. "Nossa recomendação é que as pessoas levem o que bem entenderem. O ideal é ir com uma mochila com uns quatro livros de que você goste, e aí, conforme as questões vão aparecendo, vamos puxando um ou outro texto. Quando me programei, nunca deu muito certo."

Acolhedores

O sarau também é aberto para quem desejar ler produtos de sua própria autoria, e não há regras de horário: quem quiser, pode aparecer depois ou sair antes sem receio de olhares reprovadores. "Temos uma postura acolhedora, afinal de contas, algumas pessoas leem seus textos para outras geralmente pela primeira vez."