"É só usar bem as palavras e um pouco de gentileza", diz a letra da música "Maior com Sétima", da Banda Gentileza. A mesma letra pergunta: "Quem precisa de poética?". Aristóteles, ao falar da sua "Poética", defendia o conceito de mimesis que, a grosso modo, é a imitação da vida, à qual estaria ligada a narrativa. Mas chega de literatices. Afinal, o que isso tem a ver com a banda que acaba de lançar seu disco e o colocou à disposição na internet (endereço para dowload: http://www.4shared.com/fi le/130011822/1ae6af73/Banda_Gentileza_-_Banda_Gentileza__2009_.html?s=1)?
Bom, só queria fazer uma introdução bacana para falar da obra criativa do grupo curitibano. E também porque o conceito de mimesis cabe bem a eles, que fazem nas letras uma crônica de situações humanas, com uma qualidade poucas vezes vistas em grupos pop-rock brasileiros. Nas músicas, utilizam variantes de ritmos e arranjos para o casamento com as letras, não se prendendo a uma única tendência.
A Gentileza antes chamava-se Heitor e Banda Gentileza e havia gravado um disco ao vivo, dentro do projeto A Grande Garagem Que Grava. Ali, já estavam as ideias musicais da banda que foram lapidadas num bem cuidado trabalho de estúdio pelo produtor Plínio Profeta premiado com um Grammy Latino pela produção do álbum Falange Canibal, de Lenine. O legal do trabalho de produção é que o núcleo, a consistência poética do grupo, o criativo olhar para o mundo, foram mantidos, mas o disco recém-lançado está melhor do que aquele que veio ao mundo em 2007. E olha que o trabalho anterior já estava bom, pela qualidade das músicas e dos músicos.
Gentileza é um discaço! Concorre desde já ao título de um dos melhores lançamentos do ano. A unidade do trabalho não está no ritmo ou no tema das músicas. Está na surpreendente capacidade criativa que faz de cada música um momento único, mas tudo se une sem perder a consistência.
É lógico que cada um vai ouvir e gostar mais de uma ou de outra música, de um ou de outro ritmo. Isso é natural. Mas todo o trabalho está bom, embora diverso (não disperso). A música "Maior com Sétima" e "Preguiça", por exemplo, são sambas; a engraçada "Pseudo Eu" é um pop entre o dance e o funk; "Estopim" é uma valsa-polka; "33B" flerta com o brega, mas um brega chic, bem arranjado e executado; "Coracion" é uma excelente canção pop romântica, com toques de mariachis que vai ficando mais nervosa para o final. As presenças do saxofone de Tetê e do trompete de Arthur dão sempre um contraponto perfeito ao dedilhar de violão ou da guitarra, quase sempre gentis e delicados.
A Banda Gentileza é formada por: Heitor Humberto (vozes, guitarra, violino, cavaquinho), Artur Lipori (trompete, guitarra, baixo, kazuo), Diego Perin (baixo, concertina), Diogo Fernandes (bateria), Emílio Mercuri (guitarra, violão, viola caipira, ukelele, backings vocais), Tetê Fontoura (saxofone, teclado cassiotone). No disco ainda existem as participações especiais em "Preguiça", de Eduardo Mercuri (violão sete cordas) e Plínio Profeta (cavaquinho). Em "Teu Capricho, Meu Despacho", participam Wonder Ramos (voz) e Jota Borgonhoni (guitarra slide). O Conjunto Seleções responde por um trecho acústico em "O Estopim". O site da banda é: www.bandagentileza.com.br.
Villa-Lobos e o violão
A partir da próxima segunda-feira, até o dia 24, Curitiba se preencherá com a música de Villa-Lobos. O 3.º Simpósio Acadêmico de Violão da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap) será todo dedicado ao compositor brasileiro que morreu há 50 anos. Serão palestras, debates e oficinas, que acontecerão na Casa Gomm e no auditório da Embap durante todo o dia e, mais importante para o público leigo, apresentações musicais diárias, às 18h30 e 21 horas, no Teatro José Maria Santos, com entrada grátis. Mais informações podem ser conseguidas na Embap ou no seguinte endereço de internet: http://200.201.48.198/simposio/
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