Primeira edição da revista cultural Helena homenageia a poeta paranaense e a Grécia Antiga| Foto: Reprodução

A Secretaria da Cultura do Paraná lançou a revista cultural Helena. Fui convidado para escrever um texto sobre música tentando unir o tema do primeiro número, a Grécia Antiga, com a Helena Kolodi, poeta paranaense. Missão impossível. Aqui eu reproduzo parte do final do texto, que é bem longo e não cabe inteiro neste espaço. Quem quiser ler o texto inteiro, tem de procurar a Helena. Aí vai:

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A música viaja

Desde os tempos da Grécia Antiga, como vemos em Ilíada e Odisseia, a cultura parece ter um fascínio por viagens. Sempre se beneficiou e se nutriu no encontro com novos mundos, diferentes costumes, sejam eles reais ou imaginários. E a música gosta de estar na estrada.

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Na Grécia, os aedos cantavam as aventuras e desventuras das viagens de Odisseu (ou Ulisses) e toda a turma. A música continua a viajar nas guerras e nas festas e também na religião – lembra dos cruzados levando sua fé e sua música pelo mundo conhecido? A música descobre novos mundos. A cultura viaja à força e com violência no canto dos escravos. A música dança pela Europa junto com os ciganos e é queimada viva nos fornos da demência e da intolerância.

Mas a música revive das cinzas e se transforma junto com os novos tempos. Os tempos modernos chegaram. Os mundos se cruzam e influenciam mutuamente. A indústria também transforma a cultura desde os tempos de Schopenhauer e Nietzsche e as novas mídias a esculpem.

Teria Elvis Presley sido o mesmo se cantasse apenas em tavernas e não no rádio, cinema e televisão? A música "Born to Be Wild" seria ouvida da mesma maneira sem as imagens de Peter Fonda e Denis Hopper no filme Easy Rider?

O cinema criou seus road movies sempre acompanhados de road songs.

As viagens podem ser de grandes distâncias, mas também podem ser interiores. O que seria do filme Paris, Texas, do alemão Win Wenders, sem a música do americano Ry Cooder? O filme é um exemplo de viagem exterior e interior ao mesmo tempo. O mesmo Ry Cooder, 15 anos depois, em 1994, seria o responsável pela pesquisa que entregou ao mundo a música cubana do Buena Vista Social Club.

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A música grega depois de Apolo e Dionísio teve pouco destaque, mas o cinema trouxe Vangelis na bela trilha sonora de Blade Runner – O Caçador de Andróides (1982), de Ridley Scott. Mas o fenômeno replicante se deu mesmo com a chegada da internet, que abalou as estruturas industriais da música. Seria ela o corifeu ultramoderno, um aedo que tudo sabe e tudo canta?

Para alguns da indústria cultural seria o próprio Caronte a conduzir o povo ao encontro com Hades.

E a música viaja. Mas hoje em gigabytes que permitem que uma banda de Curitiba, com um vídeo, seja vista 10 milhões de vezes no YouTube.

Podemos sonhar com quase tudo e teremos acesso a esses sonhos na internet.

Ou, como escreveu a pitonisa Helena Kolody:

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"Sonhar é transportar-se em asas de ouro e açoAos páramos azuis da luz e da harmonia;É ambicionar o céu; é dominar o espaçoNum voo poderoso e audaz da fantasia."

Lado B

O bar Lado B (Rua Inácio Lustosa, 517) já está completando dois anos. E haverá muita bebemoração. Na quinta-feira, tem o Street Churras. Na sexta-feira e no sábado acontecem shows comemorativos, mas em outro bar, o Front (Rua 13 de Maio, 940). Na sexta tocam as bandas Cadela Maldita, Sarnentos e Evil Idols. No sábado, tem Giovanni Caruso e o Escambau, O Lendário Chucrobillyman e Uh La La!. A entrada é cinco pila.